Rio ganha banco de pele de padrão internacional

Instalada no Into, a estrutura montada com o objetivo de tratar vítimas de queimaduras graves é um alento em meio à combalida saúde pública

Por Carolina Barbosa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 jun 2017, 14h00 - Publicado em 16 jun 2017, 14h00
Os médicos Rodrigo Sarlo e Victor Lima: opção de tratamento mais barata (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
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Consideradas um problema grave pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as queimaduras são a causa de hospitalização de 100 000 pessoas por ano no Brasil. Dada a complexidade das lesões e do tratamento, 2 500 delas morrem. Nesse cenário, ganha relevância a criação do banco de pele do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), em São Cristóvão, Zona Norte. Inaugurado há pouco mais de um mês, o núcleo, que já trabalhava na captação de ossos, córnea e músculos para transplantes, expandiu sua atuação para tecidos cutâneos, algo inédito no estado. Na prática, o serviço tem por objetivo atender vítimas de grandes queimaduras e politraumatismo. Trata-se de uma estrutura que segue protocolos internacionais de segurança e qualidade para captar, processar, preservar e disponibilizar fragmentos de pele humana que funcionem como curativo biológico — uma espécie de “Band-Aid” que protege o paciente contra infecções e estimula a cicatrização —, mais barato que as bandagens sintéticas. “É algo que comprovadamente pode salvar a vida de quem está em estado grave”, explica o cirurgião plástico Victor Lima, responsável técnico do setor, convidado por Rodrigo Sarlo, coordenador do Programa Estadual de Transplantes (PET). “Além disso, diminuem o tempo e o custo de internação e melhora a qualidade de vida após a recuperação”, completa.

O uso da pele doada como curativo temporário é adotado desde o fim da década de 40 pela Marinha dos Estados Unidos. A técnica escolhida por aqui segue os preceitos de armazenamento desenvolvidos por pesquisadores holandeses em meados dos anos 80: com o auxílio de um equipamento próprio para enxerto, finas camadas de tecido cutâneo, com espessura inferior a 1 milímetro (menor que a de uma folha de papel), são extraídas das costas e da parte posterior da coxa do doador, que deve ter sofrido morte encefálica ou parada cardiorrespiratória. A pele é processada em ambiente com condições de assepsia mais rígidas que as de um centro cirúrgico e pode ser armazenada por até dois anos. “Acredito que em médio prazo possamos nos tornar referência nacional em enxertos de pele”, diz Rafael Prinz, chefe do banco de multitecidos do Into. Em pouco mais de um mês de atuação do banco de pele, já apareceram seis doadores, número considerado promissor pela equipe.

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