Para além do arroz com feijão, biblioteca do MAM reúne obras deliciosas
Além de catálogos e publicações, exemplares feitos com materiais especiais podem ser conferidos gratuitamente no espaço recém reaberto

Fechada desde 2005, a biblioteca do Museu de Arte Moderna (MAM) foi reaberta ao público em novo local, após a higienização do acervo e incorporação de novos mobiliários, deixando acessíveis gratuitamente verdadeiras obras-primas. Em meio a 43 000 volumes, entre catálogos e publicações de referência em arte, estão peças que se diferenciam por sua materialidade: a composição com materiais e formatos incomuns no mercado editorial.
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É o caso de uma marmita de latão, portifólio-objeto da Galeria Mariana Moura, de Recife, que guarda uma coleção de sessenta cartões de quinze artistas visuais, e uma caixa onde o trabalho de Tunga pode ser visto na forma de slides. “São os chamados livros de artista, que têm pouca tiragem e são pensados para serem manuseados”, explica o bibliotecário Reinaldo Bruno, lembrando também de uma obra feita para ser recortada, o que não aconteceu com o exemplar ali guardado. “O artista ficou decepcionado”, lembra ele.
Pois o conjunto da obra faz a alegria não só de pesquisadores, mas de qualquer pessoa interessada em ter acesso gratuito, por exemplo, a catálogos de salões e feiras, muitos assinados pelos próprios artistas, que não são encontrados em livrarias. “Eles dão o recorte do que foi produzido em salões de arte, que estão em desuso”, destaca o bibliotecário, chamando a atenção para o fato de que até há outras bibliotecas especializadas, como a do Masp: “Mas a nossa é mais democrática, fica de portas abertas, de terça a sexta”. Um prato cheio!