Quem é Felipe Curi, novo secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro
Delegado, que já foi baleado em operação e comandou força-tarefa contra milícias, dirige departamento que comanda delegacias de Homicídios do estado
Com a demissão de Marcus Vinícius Amim, nesta segunda (2), o delegado Felipe Curi é o novo secretário de Polícia Civil do Rio. A decisão foi anunciada no mesmo dia da saída do antecessor, exonerado pelo governador Cláudio Castro. Ele não estaria satisfeito com os números da segurança pública e teria optado por alguém mais operacional. Curi é o sétimo a ocupar o cargo desde sua criação, no início da gestão Wilson Witzel, em 2019.
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“Esse será um grande desafio na minha carreira. O governador passou algumas missões, e vamos trabalhar integrados com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança para combater a criminalidade com inteligência e investigação“, disse o delegado ao portal G1. Atual diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), ele é responsável pelas delegacias de Homicídios do Estado.
Felipe Curi foi um dos responsáveis pela criação da força-tarefa que, segundo governo do Estado, prendeu mais de mil pessoas em operações contra milícias na Zona Oeste e na Baixada Fluminense. Nos últimos anos, também foi diretor das delegacias especializadas da Polícia Civil e subsecretário de Planejamento e Integração Operacional. Durante sua gestão no Departamento Geral de Polícia Especializada Rio de Janeiro (DGPE), a polícia conseguiu realizar as prisões de importantes figuras de milícias do Rio, como Wellington da Silva Braga, o Ecko, que foi baleado e acabou morrendo; Edmilson Gomes, conhecido como Macaquinho, e Rodrigo dos Santos, conhecido como Latrell.
Quando foi titular da Delegacia de Combate às Drogas (DRE), Felipe Curi chegou a ser baleado em uma megaoperação no Complexo do Alemão, em 2016. “O confronto com os traficantes ocorreu a menos de 10 metros de distância, em uma rua íngreme e cheia de becos, sem possibilidade de abrigo. Vários disparos de fuzil foram efetuados na minha direção e acabei sendo alvejado na altura do tórax por dois projéteis, que atingiram o carregador preso ao colete balístico e ficaram retidos no kevlar; um estilhaço atingiu seriamente o meu polegar esquerdo“, relatou ele dias depois de ser ferido. “Ato contínuo, fui atingido por outro tiro transfixante, que entrou no ombro esquerdo e saiu pelo dorso (+-25 cm de percurso de cima para baixo)”, contou ele, que saiu do hospital no mesmo dia.
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Marcus Vinícius Amim estava no cargo desde 2023, após a Assembleia Legislativa mudar, a pedido do governador, a Lei Orgânica da Polícia Civil para nomeá-lo, já que não tinha o tempo mínimo na corporação para ser nomeado. A indicação de Amin foi, na ocasião, atribuída ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, e ao deputado estadual Marcio Canella. A escolha do nome de Amim, porém, foi de Castro.