Gregório Duvivier

A gente o vê nos palcos, no cinema e, claro, nos vídeos do grupo Porta dos Fundos. Com jeito minimalista de fazer rir, ele vai se revelando um ator completo

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 13h58 - Publicado em 11 dez 2013, 17h47
Tomás Rangel
Tomás Rangel (Redação Veja rio/)
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Em crônica publicada na edição de 9 de outubro de VEJA RIO, a atriz Fernanda Torres escreveu: ?Gregorio não tem idade, é difícil defini-la. Apesar do humor sofisticado, ele é capaz de se adaptar aos mais diversos estilos, como o mais clássico dos atores. Eu me surpreendi ao vê-lo no musical Como Vencer na Vida sem Fazer Força, em que executava com rigor de Broadway sua rotina em cena, sem demonstrar suor ou afetação?. A opinião, vinda de quem veio, já seria suficiente para massagear o ego. Melhor ainda foi que o público parece ter concordado com a cronista ? ao longo de três meses formaram-se extensas filas na porta do teatro. No palco, Gregorio Duvivier, 27 anos, mostrava um humor de tiradas e gags físicas precisas, quase minimalistas. Ele já havia revelado pegada semelhante em Uma Noite na Lua, de João Falcão (pai de sua mulher, a cantora e atriz Clarice Falcão) ? performance consagrada, no início do ano, com o prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. Também tem feito rir nos vídeos do grupo Porta dos Fundos, invariavelmente com tipos algo patéticos: o garçom vegetariano, o comentarista de futebol apaixonado pelo narrador e um profeta Moisés sem credibilidade. ?Gosto da graça não como um fim, mas como um instrumento para dizer algo mais profundo?, ele diz.

Curiosamente, a desenvoltura exibida em cena é resultado, de certa forma, de uma profunda timidez na infância. Filho da cantora Olivia Byington e do músico e artista plástico Edgar Duvivier, Gregorio respirou arte desde pequeno. Apesar disso, foi uma criança introvertida. Percebendo esse traço de personalidade, a mãe matriculou o menino em atividades socializantes: por exemplo, na escolinha de futebol e nos cursos de teatro no Tablado. Em ambos os casos, ele descobriu o prazer de fazer parte de um coletivo. No esporte, porém, não deu muito certo, e mergulhou nos palcos, absorvendo influências de atores como Luiz Fernando Guimarães e Marco Nanini. Aos 17 anos, foi convidado por Fernando Caruso para integrar o elenco de um espetáculo de improviso ? nascia ali o Z.E. ? Zenas Emprovisadas. Desde então, vem conciliando teatro, cinema (neste ano, esteve na comédia Vai que Dá Certo, que terá continuação), televisão e, claro, internet, que considera ?o futuro da TV?. Assina coluna no jornal Folha de S.Paulo e acaba de lançar um livro de poemas, Ligue os Pontos. Demonstra uma versatilidade rara de encontrar mesmo nos melhores jogadores de futebol.

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