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Por que os preços de aluguel subiram quase 20% no Rio após a pandemia

Recomposição de valores, após negociações mais brandas durante a pandemia, é um dos principais motivos para a alta, segundo especialistas

Por Da Redação
Atualizado em 28 mar 2023, 13h38 - Publicado em 28 mar 2023, 13h11
Prédio em Ipanema
Ipanema: bairro registrou a maior elevação do preço médio do aluguel (Fernando Maia/Riotur/Divulgação)
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Os preços médios do aluguel tiveram uma alta acumulada de 19,71% nos últimos 12 meses no Rio, acima da média nacional, de 17,05%. Os preços de locação dispararam em todo o Brasil no período, segundo dados divulgados pelo Índice FipeZap. De acordo com o indicador, todas as 11 capitais avaliadas registraram alta no mês passado, com destaque para Florianópolis (SC) e Goiânia (GO), que acumulam altas de 33,36% e 31,23%. O Rio está em sexto lugar neste ranking.

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O cenário, segundo especialistas, reflete uma série de fatores, entre eles uma “recomposição de preços” após negociações mais brandas durante a pandemia. Naquele momento, muitos proprietários permitiram a manutenção do valor do aluguel nos contratos ou optaram por fazer ajustes com desconto. Afinal, muita gente ficou desempregada ou teve a renda impactada, e os proprietários fizeram um forte exercício de negociação para que a ocupação do imóvel fosse mantida.

Ainda de acordo com especialistas, outra explicação para o aumento dos aluguéis é a variação de alguns índices de preços. Isso porque, durante a pandemia, parte das negociações também foi para trocar o tradicional Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M, também conhecido como “inflação do aluguel”) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) como indexador nos novos contratos. Nos momentos mais críticos da pandemia, em 2021, por exemplo, o IGP-M chegou a acumular uma variação positiva de mais de 37%. Essa preferência pelos contratos indexados pela inflação oficial do país também ajuda a explicar o momento atual de aumento dos preços — enquanto o IPCA acumula alta de 5,60% nos 12 meses até fevereiro deste ano, o IGP-M tem uma variação positiva de 1,86% no mesmo período.

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Outro motivo para a alta atual é a maior demanda por imóveis bem localizados para locação — principalmente em meio à volta das pessoas para os centros empresariais. Os especialistas explicam que a além da maior demanda característica do início do ano — período em que muitos contratos vencem e há um aumento da procura por imóveis disponíveis para locação — há também um fluxo maior de pessoas em busca de imóveis próximos a grandes centros comerciais. “Quando estávamos com o trabalho remoto mais forte e o home office imperava, os espaços maiores e mais distantes dos centros das cidades foram mais procurados. Agora, essas pessoas começam a voltar para o trabalho presencial e a distância e o maior tempo de locomoção começam a incomodar”, explicou a diretora de risco e governança da Lello Imóveis, Moira Toledo, ao G1.

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Apesar dos aumentos recentes vistos nos preços dos aluguéis, os especialistas indicam que a expectativa é de desaceleração ao longo dos próximos meses. Parte desse movimento, dizem, deve refletir a desaceleração da própria atividade brasileira, com impulsos mais moderados na economia e um mercado de trabalho mais fraco.

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