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Povo de Israel: como facção conseguiu movimentar 67 milhões com golpes

Grupo conta com construtora, lotérica, atacadista de frutas e outras empresas para lavar o dinheiro do crime

Por Da Redação
23 out 2024, 14h46
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Complexo de Gericinó: base central da organização criminosa é o presídio Nelson Hungria. (TV Globo/Reprodução)
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Desconhecida da maior parte dos cariocas, uma facção do tráfico surgida há mais de dez anos dentro de de presídios do Rio já supera, em número de integrantes, o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro. Segundo relatórios de Inteligência da Secretaria estadual de Administração Penitenciária, o chamado Povo de Israel (PVI) e já conta com uma legião de 18 mil detentos, cerca de 42% dos presos no estado, e ganhou destaque após a prisão de um grupo especializado em aplicar golpes do falso sequestro, esta semana. O PVI teria movimentado cerca de R$ 67 milhões — em dois anos — com este tipo de golpe. A facção, segundo investigações da Polícia Civil, conta com empresas como uma construtora, uma lotérica e uma atacadista de frutas para lavar o dinheiro do crime.

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Nesta terça (22), a Polícia Civil deu início à operação “13 Aldeias” contra a Povo de Israel. O nome é uma referência às 13 unidades prisionais em que estão os integrantes da facção, chamadas de “aldeias”. São alvos da ação chefes já encarcerados do grupo. Entre eles está Marcelo Oliveira, conhecido como Tomate; Avelino Gonçalves, conhecido como Avelinho; Ricardo Martins, o Da Lua e Jailson Barbosa, o Nem. De acordo com um relatório de Inteligência da Seap, até o fim de 2022 o tráfico feito pelo Povo de Israel era restrito a pequenas quantidades dentro do sistema. Porém, desde o ano passado, a quadrilha firmou acordos com grandes fornecedores e deu uma dimensão maior ao tráfico. Em nota, a Seap destacou que as ações para combater as atividades ilícitas promovidas pelo grupo foram intensificadas. Ele estaria atuando nas unidades de presos de perfil tido como neutro. As investigações apontam que, atualmente, a base central da organização é o presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

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Em apenas uma empresa mencionada como “de fachada”, a suspeita é que tenha sido realizada uma movimentação de R$ 4 milhões. Com sede indicada no município de São Gonçalo, a Região Metropolitana, dois integrantes da empresa acusada são investigados. Eles teriam recebido valores via Pix sem justificar as quantias e os enviaram para um dos investigados. Também em São Gonçalo, uma empresa atacadista no ramo de distribuição de frutas recebeu valores fracionados em dez operações que somam R$ 260 mil.Para uma lotérica do Espírito Santo, a movimentação suspeita seria no total de R$ 132 mil em oito operações. Também enviadas por um dos investigados. Já para outra que atua no ramo de revenda de bolsas e acessórios, em Copacabana, o faturamento foi de R$ 1,2 milhão em nome de uma das investigadas. Há ainda uma empresa do ramo de preparação de joias, também em Copacabana, com um faturamento suspeito de R$ 2,1 milhões.

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