Por que Flamengo, miliciano ligado a Zinho, foi solto por engano no Rio
Acusações sobre o criminoso vão de comércio ilegal de armas a ordens para o assassinatos de rivais
Preso em agosto em ação da da Polícia Federal com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, o miliciano Peterson Luiz de Almeida, conhecido como Pet ou Flamengo, bandido da quadrilha de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do estado, saiu da cadeia andando, pela porta da frente, e ainda não há explicação conclusiva para mais um exemplo da impunidade que impulsiona o crime organizado no Rio.
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A Justiça do Rio deu prazo de 48 horas para que a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) esclareça o ocorrido no presídio José Frederico Marques, em Benfica. O criminoso estava com a prisão preventiva decretada e deixou a cela no último domingo sem ser incomodado.
O juiz Richard Robert Fairclough foi quem aceitou uma denúncia do Ministério Público e converteu a prisão temporária de Peterson em preventiva, em 26 de outubro de 2023. Peterson foi denunciado pelos crimes de milícia privada e comércio ilegal de arma de fogo, além de tramar execuções de rivais de Zinho. As penas máximas podem atingir 20 anos de prisão.
Em nota, a Seap atribui a soltura do miliciano a um erro da Justiça. “A secretaria não foi notificada por meios oficiais (…), estando de posse de documentos que comprovam essa afirmação, incluindo um nada consta emitido pela Polícia Civil no último dia 29 de outubro”, diz a nota.
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A Seap argumentou que identificou a “iminência do término do prazo da prisão temporária”, e que enviou um e-mail alertando sobre a situação. De acordo com a secretaria, na segunda-feira, a Justiça informou que enviou um comunicado para um endereço de e-mail que estaria desativado há cinco anos.