Polícia indicia 13 pessoas por morte de jovem eletrocutado no Riocentro
As investigações apontam falhas na estrutura do evento musical, como fios desencapados e submersos, e falta de isolamento adequado
Treze pessoas foram indiciadas por homicídio com dolo eventual, além de fraude processual pela morte de João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, vítima de um choque elétrico no festival I Wanna Be Tour, no Riocentro, na madrugada do dia 10 de março.
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Entre os indiciados estão os responsáveis pela empresa 30e, organizadora e gestora do evento, além de coordenadores, supervisores, eletricistas, engenheiros e responsáveis técnicos do Riocentro. O homicídio com dolo eventual é, na legislação, um ato onde se assume o risco de matar.
As investigações estão sendo levadas pela 42ª DP (Recreio) e apontam falhas na estrutura como fios desencapados e submersos, e falta de isolamento adequado. A denúncia por fraude processual ocorreu pela não preservação do local: horas depois da morte de João Vinícius, os food trucks foram retirados e toda a estrutura foi desmontada.
Em nota divulgada à imprensa, o Riocentro disse que tem colaborado com as autoridades durante toda a investigação e, ao receber a notificação, irá comprovar que não teve qualquer participação na montagem, desmontagem ou realização do festival. “Toda a produção e operação do festival eram de responsabilidade da 3Oe, incluindo alimentação, segurança, distribuição elétrica, brigada de incêndio, serviços médicos e instalações elétricas”, diz o texto.
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João Vinícius, que era morador de Maricá, teria encostado em um food truck energizado, na área próxima à Pista Premium do show, e recebido a descarga elétrica, acentuada pelo fato dele estar molhado por conta da chuva. Ele chegou a ser socorrido com procedimentos de emergência, como tentativas de reanimação cardiopulmonar, e levado ao Hospital Lourenço Jorge, na mesma região, onde já teria chegado sem vida.