Do fundo do poço, estudante faz emergir um pedaço da história da cidade
Por três meses, Thiago Süssekind mergulhou no passado da cidade ao pesquisar bueiros; resultado foi transformado em vídeo que viralizou nas redes
A história do Rio foi parar na sarjeta. No melhor sentido. Foi de bueiro em bueiro que o estudante de direito Thiago Süssekind, 23 anos, refez parte da trajetória da cidade que acaba de completar 458 anos.
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O início dessa trilha foi na porta de casa, no Jardim Botânico, quando um deles chamou-lhe a atenção por ter no tampão de ferro fundido a inscrição “Prefeitura do Districto Federal”. Foi fácil deduzir que ele estava ali desde antes de 1961, quando a cidade era capital federal. Mas e o “C” mudo antes do “T”, até quando havia vigorado? As pesquisas o levaram a um período entre 1891, ano da constituição da nossa primeira República, e 1931, data do acordo ortográfico que derrubou aquele “C”.
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Ao longo de três meses, seguindo o rastro de outras tampas como aquela, Thiago — que de tão apaixonado por história leciona a matéria num curso pré-vestibular para estudantes carentes na Gávea — mergulhou no passado, revirando textos sobre os primórdios do saneamento e da iluminação pública no município, e gravou um vídeo revelando suas descobertas, que viralizou nas redes sociais. “Já estão me chamando de bueirólogo, mas alguns me corrigem: o foco das pesquisas são, na verdade, os poços de visita”, diz ele, que já prepara uma segunda parte do estudo informal.