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Como pesquisadores do Jardim Botânico descobriram nova espécie de árvore

A região de Maricá, onde foi feita a descoberta, tem despertado o interesse de naturalistas desde o século XIX, incluindo Charles Darwin

Por Da Redação
20 ago 2024, 18h20
Siphoneugena-carolynae
Siphoneugena carolynae: apenas uma no mundo, e fica no estado do Rio de Janeiro (Thiago Fernandes/Divulgação)
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Ela fica em Maricá, mais especificamente dentro do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia. Seu nome é Siphoneugena carolynae e, de acordo com os pesquisadores Thiago Fernandes e João Marcelo Braga, do Jardim Botânico carioca, essa árvore frutífera é única no mundo.

A descoberta é do gênero Siphoneugena e mede 7 metros de altura. “Essa espécie possui apenas um único indivíduo conhecido até o momento. É a 13ª espécie do gênero Siphoneugena conhecida até hoje. Coletamos com os frutos verdes ainda. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às jabuticabas (gênero Plinia), já que são parentes próximos”, destaca Thiago Fernandes.

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Ainda de acordo com o pesquisador, aquela região tem despertado o interesse de naturalistas desde o século XIX, incluindo Charles Darwin, que visitou a região em 1832, e ficou hospedado na histórica Fazenda Itaocaia, onde hoje está o local de descoberta da nova espécie. “É um passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies raras e com distribuição restrita”, diz Thiago.

As expedições de campo foram feitas entre 2018 e 2023, no Morro Itaocaia, e, ao longo das fases do desenvolvimento reprodutivo, a espécie foi monitorada periodicamente.

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O nome científico da nova árvore foi proposto pelos pesquisadores em homenagem à pesquisadora da Universidade de Brasília Carolyn E. B. Proença, especialista sênior em Myrtaceae, pela longa carreira de contribuições para a taxonomia e biologia reprodutiva das espécies dessa família. Ela também contribuiu com a discussão sobre a nova espécie.

O resultado da pesquisa foi divulgado, em julho último, na revista científica Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, uma das mais respeitadas do mundo.

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