Pastora Flordelis chega à final, mas perde concurso musical em presídio
Três detentas são eleitas como melhores cantoras do sistema prisional do Rio; Voz da liberdade, promovido pela Seap, está na 2ª edição e teve 150 inscritas
Não deu para a pastora Flordelis. Condenada a 50 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada, a ex-deputada federal presa no presídio Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste, chegou entre as 17 finalistas do Concurso Voz da Liberdade, que teve inscritas de sete unidades prisionais do estado. Mas perdeu para três concorrentes, eleitas como as melhores vozes do sistema prisional do Rio de Janeiro.
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Promovido pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap-RJ), por meio da Coordenação de Unidades Prisionais Femininas e Cidadania LGBT (COFEMCI), o concurso contou com mais de mais de 150 detentas, incluindo 21 mulheres trans. As finalistas levaram ao palco diferentes estilos musicais, como MPB, axé, pop, samba, sertanejo e louvores. A primeira colocada foi Cassiane, seguida de Dessirée e Rayane.
Condenada a 50 anos de prisão pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, na final, Flordelis, que é cantora gospel, cantou “A Volta por Cima”, do Ministério Flordelis. Em um trecho da música, ela entoava: “Quem impedirá o agir de Deus? Eu vou dar a volta por cima. Ele cumpre o que prometeu, eu vou dar a volta por cima. O que passou, passou, chega de chorar”. Mas não subiu ao pódio.
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Esta foi a segunda edição do evento, que aconteceu no Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira. O júri foi composto pela secretária da Seap, Maria Rosa Nebel, jornalistas, representantes de setores da cultura, entre outros, além de uma plateia de privadas de liberdade e convidados. Segundo Maria Rosa, o principal objetivo do concurso é mostrar para a sociedade que, “para além das penas que essas presas cumprem em função dos crimes que cometeram, há mulheres em recuperação, com grande talento, que podem e querem muito deixar a vida do crime para trás e um dia voltar a contribuir positivamente para a sociedade e suas famílias”.