Passarinho que não era visto há vinte anos reaparece no Norte Fluminense
Tangará-rajado (Machaeropterus regulus) também deus as caras durante avistamento promovido pelo Inea no Parque Estadual do Desengano

Imagine sair para um passeio na mata e ter a chance de avistar uma ave que não aparecia para o público há vinte anos? Foi o que aconteceu com os participantes do programa Vem Passarinhar, no Parque Estadual do Desengano, em São Fidélis e Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
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Durante o tour, capitaneado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), cerca de 130 espécies foram avistadas, incluindo o Sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala), que não era visto em terras fluminenses desde 2005.
O pássaro de cabeça preta azulada e plumagem esverdeada no corpo é típico da Mata Atlântica, ocorrendo do Sul ao Nordeste do Brasil. Ele animal habita florestas primárias de restinga baixa, vivendo principalmente nas copas das árvores. Frugívoro, prefere os frutos da palmeira-juçara e é considerado vulnerável na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês).
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Outra espécie que chamou a atenção na última edição da caminhada, realizada no início de julho, foi o Tangará-rajado (Machaeropterus regulus). O indivíduo, endêmico da Mata Atlântica, encontrado durante o passeio era um macho – identificável pela coroa e nuca vermelhas, características ausentes nas fêmeas.

Sua distribuição geográfica abrange os estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. De acordo com os observadores, seu avistamento é raro nas florestas fluminenses.
“O reencontro dessas espécies representa uma grande vitória para o Inea, que, com esforços contínuos, promove o reflorestamento e a conservação da fauna e flora do Rio de Janeiro”, afirma o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.