Pais e filhos do rock
Pais roqueiros trazem os filhos para curtir o dia heavy metal do Rock in Rio
Em 1985, a grande novidade do Rock in Rio I era o heavy metal. Na esteira do sucesso do Iron Maden, do Metallica e dos australianos do AC/DCA, a vertente mais barulhenta do rock tornara-se popular na virada dos anos 70 para os 80. A imagem dos fãs, em sua maioria, cabeludos e vestindo roupas estampadas com caveiras e imagens satânicas, chocava. Vinte e seis anos depois, porém, ninguém se assusta mais com o traje (preto, sempre) do pessoal do metal. Muitos, neste terceiro dia de Rock in Rio, acabaram trazendo os filhos para assistir às suas bandas preferidas.
A funcionária pública Rita Rodrigues, de Sorocaba, trouxe a filha, Fernanda, e o marido, Jair, para conferir o show do Metallica. O casal frequenta eventos de rock há quase trinta anos. “Nosso primeiro show foi o Hollywood Rock, em 1986”, recorda-se. A pequena divide o gosto com os pais e adora o Iron Maden. “Não a obrigamos a gostar de rock, mas como só ouvimos isso…”, brinca. Os três já têm outro programa planejado. “Compramos o ingresso para System of a Down”.
A alegria é compartilhada por Celso Alves, morador de Niterói. Ele veio a todas as edições do Rock in Rio. A primeira, em 85, com seus pais. “Choveu muito e virou um verdadeiro lamaçal”, recorda-se. Agora, aos 51 anos, trouxe o filho Cauã, de 12 anos, para ver o Metallica. “Acho que nos anos 80 o pessoal era visto como uns malucos, tatuados, mas isso mudou”, disse. Os dois voltam ao festival para assistir ao show do Gun N’Roses.