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O Rio de Oscar Niemeyer

Arquiteto mais importante do país, Oscar Niemeyer completa 104 anos nesta quinta (15). Na ativa, ele tem projetos que ajudaram a fazer do Rio uma das cidades mais encantadoras do mundo

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 jun 2017, 14h44 - Publicado em 14 dez 2011, 15h29
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casacanoas.jpg (Redação Veja rio/)
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Nascido no Rio em 1907, o arquiteto Oscar Niemeyer consolidou-se como um dos mais importantes di século XX. Consagrado pelas curvas de seus projetos inovadores, ele projetou a arquitetura brasileira em todo o mundo, sendo considerado um ícone do movimento modernista. Seu legado está espalhado em várias capitais brasileiras e na construção ousada de Brasília, realizada primeiro em suas pranchetas. No Rio, onde viveu a maior parte da vida, foi responsável por revolução arquitetônica ao desenhar edifícios em harmonia com a natureza exuberante carioca. Ainda na ativa, ele continua a embelezar a cidade em projetos como a expansão da Fundação Getúlio Vargas, na Praia de Botafogo, e a expansão da Marques de Sapucaí. Para homenageá-lo, listamos algumas de suas principais realizações na cidade e em Niterói.

Casa das Canoas

Inaugurada em 1951 no sopé da Pedra Bonita, em São Conrado, a Casa das Canoas é considerada um marco da arquitetura moderna brasileira. Poucos sabem, mas Oscar Niemeyer morou ali com a mulher, Anita, e a filha, Ana Maria, até 1959. O imóvel é cercado por jardins de Roberto Burle Marx e da mata atlântica da Floresta da Tijuca. O verde pode ser admirado do interior da construção, cercada por vidros curvos que acompanham seu contorno. “Criei para as salas de estar uma zona em sombra, para que a parte envidraçada poupasse o uso de cortinas e a casa ficasse transparente”, conta Niemeyer em seu site. Uma imensa pedra se estende da piscina em formato circular até o interior da sala, mostrando a admiração do autor pela natureza. No final dos anos 50, o mestre deixou o Rio para acompanhar a construção de Brasília, mas os livros lidos por ele continuam lá e a casa tem em suas prateleiras obras de Eça de Queiroz, José de Alencar, Graciliano Ramos e Machado de Assis.

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Antiga sede da TV Manchete

Outro símbolo da arquitetura modernista que estava fechado, a sede da antiga TV Manchete, na Glória, deve reabrir em breve. Inaugurado em 1980, o complexo da antiga TV é composto de três edifícios, e foram ocupados pela emissora até a falência, em 1997. Permaneceu lacrado pela justiça até ser adquirido por 260 milhões pela BR Properties, em 2010. Em reformas, o edifício vai abrigar empresas petrolíferas, entre elas a norueguesa Statoil e a inglesa BP. Os funcionários que se instalarem podem se considerar privilegiados: das salas envidraçadas, é possível se ter uma belíssima vista do Aterro do Flamengo e a Baía de Guanabara.

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Hotel Nacional

Motivo de tristeza para os cariocas, o abandono da torre cilíndrica de São Conrado está com os dias contados. Fechado desde 1995 após a falência do grupo Hotéis e Turismo Guanabara S.A, o Nacional teve seus dias de glória nos anos 70 e 80, quando os 517 quartos abrigavam celebridades internacionais e ricaços, também aconteceram ali festivais de música importantes, como o Free Jazz. O reaquecimento trouxe esperanças de ter o glamour de volta. O grupo americano que adquiriu o edifício promete anunciar em breve a nova bandeira. Está previsto para esse mês o início da reforma, que deve se alongar por dezoito meses. Serão 120 milhões de reais em investimentos na torre e mais 250 milhões para financiar a construção de um edifício comercial anexo, com dez andares

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Palácio Capanema

Antiga sede dos Ministérios da Cultura e Educação, o projeto inovador reuniu o arquiteto franco-suíço Le Corbusier e um escrete brasileiro formado por Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Carlos Leão e Jorge Machado Moreira. Foi erguido entre os anos de 1936 e 1945 com uma série de singularidades. Entre elas estão os pilotis de 10 metros de altura que sustentam o edifício, integrando-o a rua com o enorme espaço do térreo. A fachada principal é toda envidraçada e a ala posterior é protegida por para-sóis. Projetado muito antes do conceito de telhado verde se espalhar como opção sustentável para diminuir a temperatura em grandes cidades, o Capanema tem jardins suspensos na cobertura projetados por Burle Marx. O futuro também reserva dias importantes à imponente construção, já que foi escolhida como sede da Olimpíada de 2016. Nele, ficarão instalados o comitê organizador e a Autoridade Pública Olímpica.

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Sambódromo

As curvas de Niemeyer também estão presentes no símbolo máximo do carnaval carioca. Desenhado por ele, o sambódromo foi inaugurado pelo então governador Leonel Brizola em 1984. Até então, os desfiles eram desorganizados e sofriam com a falta de infraestrutura da região da Praça Onze. Em 2010, foi beneficiado pelo pacote olímpico de obras e teve parte de sua estrutura derrubada. A mudança retoma o projeto original de Niemeyer, que não poder ser executado devido à construção vizinha antiga fábrica da Brahma. Implodido o prédio da cervejaria, a Sapucaí teve sua capacidade aumentada dos atuais de 60 mil para 78.840 lugares. Tudo para receber as provas de tiro com arco das Olimpíadas de 2016 e a previsão é de que a nova Marques de Sapucaí esteja pronta já na próxima folia.

Museu de Arte Contemporânea – MAC

Para se observar uma das realizações mais bonitas de Oscar Niemeyer é preciso atravessar a ponte. Instalado sobre um platô na praia de Boa Viagem, o MAC tornou-se um símbolo de Niterói. Inaugurado em 1996, o prédio lembra um disco voador e consumiu 3.200.000 m³ de concreto, o suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos. Abriga exposições importantes, mas um de seus principais atrativos é a vista da praia de Icaraí, da Baía de Guanabara e o Rio. Niterói pretende embelezar toda sua orla com obras do mestre. De São Gonçalo à Zona Sul, o Caminho Niemeyer terá, quando concluído, 13 prédios. Problemas orçamentários da prefeitura da cidade, no entanto, provocaram atrasos nos projetos.

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