Oscar de Melhor Filme Internacional coroa Fernanda Torres: Rainha do Carnaval
Ainda Estou aqui levou uma das três estatuetas às quais concorria, a primeira do Brasil, na primeira noite de desfiles do Grupo Especial na Sapucaí

Na entrevista que deu à repórter da transmissão oficial da Academia, ao atravessar o tapete vermelho para a cerimônia do Oscar, Fernanda Torres, que concorria à melhor atriz, disse que se tivesse que receber um prêmio fictício na noite deste domingo (2), em Los Angeles, queria ser a rainha do carnaval. A brasileira perdeu o prêmio de verdade para Mikey Madison (“Anora”). Mas o outro, ninguém tasca: na noite de abertura dos desfiles das escolas do Grupo Especial, no Rio, foi gol do Brasil durante a apresentação da Imperatriz Leopoldinense, no Sambódromo, quando Ainda Estou Aqui faturou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro – a primeira do país. E, apesar de o filme em que a brasileira se destacou interpretando a protagonista, Eunice Paiva, também não ter levado a principal categoria, para além da folia, Fernandinha garantiu o posto e a coroa.

+ Como a Unidos de Padre Miguel voltou ao Grupo Especial após 5 décadas
“Bem, eu vou dizer que você já é a rainha do carnaval para mim”, respondeu-lhe a repórter americana que fez a pergunta antes da premiação. No Brasil também não faltam súditos. Na Sapucaí, parte do elenco de “Ainda Estou Aqui” que não foi a Los Angeles para o Oscar assistiu à cerimônia com um olho na Avenida, outro no telão que transmitia a cerimônia. Humberto Carrão (o jornalista Félix) e Guilherme Silveira (Marcelo Rubens Paiva, na infância) estavam lá, no camarote Folia Tropical, com máscaras de Fernanda Torres. A cantora Iza e centenas de anônimos também. Assim que acabou o desfile da Imperatriz Leopoldinense, 1h da madrugada, o anúncio oficial da vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional foi feito no sistema oficial de som do Sambódromo, seguido de muitos gritos e aplausos. E tudo acabou mesmo em samba. Tanto que o prefeito Eduardo Paes disse ao jornal Folha de São Paulo que Fernanda é presença confirmada no desfile das Campeãs, no próximo sábado (8). “Ganhando ou não ela já é Oscar! Já armei com o Andrucha [Waddington, marido da atriz]”, avisou.

“Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir… Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse o diretor Walter Salles, ao receber a estatueta das mãos de Penélope Cruz, logo na primeira categoria das três a que concorria, pouco antes da meia-noite. As premiações de melhor atriz e melhor filme foram as duas últimas da longa cerimônia, mas tiveram outros destinatários.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Longe da Sapucaí, Fernanda Torres foi destaque ao chegar ao Dolby Theater num modelo de renda preta Chanel, com brilho (graças a duas mil peças bordadas) e peplum de plumas. Para arrematar, seu par de brincos reunia 152 diamantes, montados em ouro branco 18K, da coleção de Alta Joalheria “Les Blés de Chanel”. No anel, eram mais 42 diamantes, da coleção “Coco Avant Chanel”. “Eu acordei angustiada, agora eu estou ótima. Estou trabalhando para não para ter expectativa. Virei boneco de Olinda. Isso, sim, é consagração”, disse a artista, na entrevista no tapete vermelho.