“O pior foi ele burlar normas de segurança”, diz médico sobre Dr. Bumbum
Denis Furtado está foragido após Lilian Calixto morrer em função de procedimento
Lilian Calixto morreu no hospital Barra D’Or no último sábado (14). A bancária tinha vindo de Cuiabá para ser atendida por Denis Cesar Barros Furtado, conhecido na internet como Doutor Bumbum. Com a morte da paciente, a polícia decretou a prisão do médico, que está foragido, e as discussões sobre os perigos da medicina feita sem cuidado chegaram às manchetes dos jornais nesta terça (17). “O pior nesse caso foi ele não ter seguido as normas de segurança previstas”, afirmou André Maranhão, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Lilian foi atendida por Denis na casa do médico, uma cobertura de luxo na Barra. Ela se submeteu a uma bioplastia, procedimento no qual esferas de um material plástico chamado PMMA são injetados para repor o volume de uma determinada área. No caso em questão, a aplicação foi feita nos glúteos. De acordo com André, os riscos de infecção e embolia envolvidos nesse tipo de tratamento fazem com que opções menos agressivas sejam preferidas pelos especialistas da área. “A lipoescultura com enxerto de gordura e aplicação de próteses de silicone são alternativas mais seguras”, comenta ele.
Entretanto, o fato de Denis não ser sequer registrado na SBCP pode ter influenciado na opção pela bioplastia. Para complicar ainda mais, a realização na casa do médico e a falta das condições necessárias para um atendimento de urgência parecem ter sido decisivas para a morte de Lilian. “Nesses casos, o melhor a fazer é escolher uma clínica, consultório ou hospital regularizado pela vigilância sanitária e outros órgãos oficiais e um profissional habilitado para o tratamento”, recomenda André. Ele indica a consulta à base de dados do Cremerj como uma forma de saber no que o profissional escolhido é especializado e outros cuidados que podem ser decisivos. “Os integrantes da nossa sociedade, por exemplo, precisam ter 12 anos de treinamento na área e ser aprovados em provas para fazerem parte da entidade”, diz. Quando o assunto é saúde, o melhor é não arriscar.
Correção: ao contrário do que foi publicado inicialmente, não há procedimentos estéticos que envolvam a aplicação de cápsulas de silicone.