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O homem errado

Entre os 159 homens presos após operação policial contra a milícia em Santa Cruz, está Pablo Martins, artista de circo com carreira internacional

Por Pedro Tinoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 abr 2018, 15h51 - Publicado em 12 abr 2018, 15h36
Pablo (à esq.) em 2016: de perna de pau no terminal de embarque de passageiros da companhia de cruzeiros Tallinksilja, em Estocolmo (Up Leon/Divulgação)

Pablo Dias Bessa Martins tem 23 anos e também é conhecido pelo nome artístico: Pablo Prynce. Desde 2014, ele trabalha como acrobata e malabarista na Up Leon, companhia circense que, há mais de duas décadas, envia artistas brasileiros para apresentações na Europa. Nos últimos quatro anos, Pablo passou temporadas de três a seis meses no exterior. No ano passado, foram quatro meses no Gröna Lund, em Estocolmo. A volta ao parque na capital sueca está prevista para o dia 24 de abril. Ele já tem visto em dia, contrato assinado e passagem comprada, mas há um problema: Pablo é um dos 159 homens presos, suspeitos de integrar quadrilhas ligadas à milícia, durante uma festa em Santa Cruz, na madrugada do último dia 7.

assista aqui a um depoimento do ator Marcos Frota, com quem Pablo Prynce já trabalhou

A operação envolveu agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 27ª DP (Vicente de Carvalho) e da 35ª DP (Campo Grande) e foi celebrada como a maior vitória, até agora, da intervenção federal na segurança pública fluminense. A polícia foi recebida a bala, revidou e quatro pessoas morreram. Além dos presos, foram recolhidos 32 armas, granadas e dez carros roubados. Um chefão da milícia no Rio, Wellington da Silva Braga, teria conseguido escapar do cerco. Pablo Prynce não teve a mesma sorte. Ele comprou ingressos (à venda por 10 reais, antecipado, e 20 reais, na hora) para assistir a um show de pagode com a mulher, Jessica. Outros dois casais de amigos aderiram ao programa – os homens estão todos presos, sem contato com familiares, desde o dia 7.

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Filipeta com as atrações do show e ingresso para a apresentação: é razoável imaginar que houvesse, na plateia, fãs do Pique Novo sem ligação com a milícia (arquivo pessoal/Divulgação)

Olga Dalsenter, fundadora e produtora executiva da companhia Up Leon, aguarda a chegada de seu contratado. “Não estava anunciado que era uma festa da milícia, havia até venda de ingresso. É igual a baile funk na favela, vai todo tipo de gente. Ele mora na Comunidade do Aço, em Santa Cruz, qual é a diversão possível por lá?”, pergunta. Ela lembra que, naquela região de Santa Cruz, Pablo participou de um projeto social que tinha convênio com o Unicirco, trupe do ator Marcos Frota. “Muitos meninos estagiaram no Unicirco. Na época, em 2014, fizemos uma audição e quatro deles vieram trabalhar com a Up Leon. Três estão na Alemanha, atuando, e o Pablo é o quarto”, conta Olga.

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