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Melhora no quadro

Hospitais e clínicas usam alta tecnologia para tirar a medicina carioca da UTI

Por Sofia Cerqueira
Atualizado em 5 jun 2017, 14h27 - Publicado em 25 jul 2012, 16h52

Até há bem pouco tempo, não era exagero dizer que a saúde privada do Rio se encontrava na UTI. Com unidades defasadas, equipamentos ultrapassados e no limite de atendimento, a melhor alternativa, para muitos, era a ponte aérea. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês, reconhecidos modelos de excelência de São Paulo, passaram a fazer parte da rotina de quem buscava tratamento mais especializado. Estima-se que, nos últimos doze meses, cerca de 100?000 cariocas tenham tomado o rumo da capital paulista para cuidar da própria saúde. A considerar os crescentes investimentos realizados por aqui, esse cenário deve mudar em breve. Os centros médicos locais, mesmo os de pequeno e médio porte, começam a oferecer uma série de tratamentos de ponta. “A rede privada da cidade passa por reformulações profundas e já é possível encontrar opções que não ficam a dever nada aos melhores exemplos do país”, afirma José Carlos Abrahão, presidente da Confederação Nacional de Saúde.

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Assim como ocorre com diversas outras áreas, como segurança pública e infraestrutura urbana, a medicina de qualidade exige recursos vultosos em instalações e tecnologia. Em uma realidade marcada pelo descaso e abandono, a situação precária das instituições de saúde era mais um reflexo da decadência que atingiu a cidade. Mas, da mesma forma que aconteceu em outros setores, a área da saúde do Rio desperta rapidamente do estado de coma em que mergulhou nos últimos anos. Há três meses, entrou em operação nas Clínicas Oncológicas Integradas (COI), na Barra da Tijuca, um dos equipamentos de radioterapia mais modernos do mundo, o Trilogy, adquirido por 3,5 milhões de reais. Com descargas radioativas de altíssima precisão, a máquina elimina as células cancerosas e permite a aplicação de doses maiores de radiação sem atingir os tecidos sadios em torno do tumor. “Além de ser muito mais eficaz, o tratamento permite ao paciente continuar com suas atividades normais”, diz a médica do COI Lisa Morikawa, que já trabalhou no MD Anderson Cancer Center, em Houston, e no Memorial Sloan-Kettering Hospital, em Nova York, dois dos maiores centros mundiais de oncologia.

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Sede de algumas das mais tradicionais escolas de medicina do país, o Rio nunca teve problema com a formação acadêmica de seus médicos. No entanto, quando se tratava de qualificação prática em novas abordagens e tecnologias, a defasagem era inevitável. Hoje já há claros sinais de que a inovação está de volta às unidades de diagnóstico e centros cirúrgicos. Em maio, foi realizada no hospital da Rede D?Or, em São Cristóvão, pela primeira vez no país, uma radiocirurgia para extirpar tumores do fígado. Graças ao procedimento, o paciente pôde voltar para casa no mesmo dia. No Hospital Samaritano, em Botafogo, o cirurgião vascular Marcelo Ferreira adotou de forma pioneira uma promissora técnica para tratar aneurisma da aorta na região do tórax e abdômen. Enquanto a operação convencional exige um grande corte no peito e manipulação de vários órgãos internos para chegar à artéria, pelo novo método são feitas apenas três pequenas incisões para introduzir uma prótese corretiva. No Hospital Pró-Cardíaco, também em Botafogo, acaba de entrar em funcionamento um poderoso aparelho para exames, o Symbia-T2, que junta duas técnicas, a cintilografia e a tomografia computadorizada. Com a máquina, os especialistas conseguem, em poucos minutos, obter uma avaliação precisa em casos de suspeita de infarto ou mesmo diagnosticar alguns tipos de câncer e até doença de Parkinson. “Além de trazer benefícios inegáveis, a tecnologia de ponta se tornou um poderoso recurso para manter profissionais talentosos por aqui”, ressalta o diretor clínico do Pró-Cardíaco, Evandro Tinoco Mesquita.

Tamanha profusão de aparelhos, softwares avançados e técnicas revolucionárias tem impacto direto sobre a vida dos principais beneficiários dessa evolução: os pacientes. Graças a todo esse arsenal, quem penava para conseguir os melhores tratamentos ou era obrigado a se submeter a abordagens mais arriscadas e desgastantes hoje consegue optar pelos melhores cuidados sem sair da cidade. “É muito reconfortante saber que sou tratada com o que a medicina oferece de melhor”, diz a professora de educação física Tânia Ribas, que tem um tumor na região sacral e se submete desde o início do mês as sessões de radioterapia de última geração no COI. Para quem imaginava que a saúde no Rio estava em estado terminal, não poderia existir um cenário mais alvissareiro.

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