Suspeitos de integrar novo escritório do crime entram na mira do MP

Três PMs estão entre os denunciados por integrar grupo ligado à contravenção; organização é acusada de tráfico de armas, sequestros e homicídios

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 Maio 2025, 17h25 - Publicado em 15 Maio 2025, 15h54
Ganso é um dos nove suspeitos de integrar o "Novo Escritório do Crime"
Chefe: Thiago Soares Andrade Silva, o Ganso, é apontado como o chef do grupo (Internet/Reprodução)
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quinta-feira (15) uma operação para cumprir nove mandados de prisão contra suspeitos de integrar uma organização criminosa armada, batizada de “Novo Escritório do Crime”. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).

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Segundo a denúncia apresentada à Justiça, o grupo atua de forma semelhante ao extinto Escritório do Crime — organização ligada à milícia e a homicídios por encomenda. Dos nove alvos, cinco já estavam presos e serão notificados dentro de unidades prisionais. Entre os suspeitos estão três policiais militares, lotados nos batalhões do Rocha Miranda (9º BPM), Belford Roxo (39º BPM) e um terceiro já detido no Batalhão Especial Prisional (BEP), com patente de capitão.

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O grupo seria subordinado a chefes da contravenção no Rio e, conforme apuração do MP, participava da venda ilegal de armas e munições apreendidas em operações policiais. Os denunciados respondem por crimes como organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armamento.

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Entre os principais investigados está Thiago Soares Andrade Silva, conhecido como “Ganso”, “Batata” ou “Soares”. Ex-policial militar, ele é apontado como líder do grupo e está atualmente preso na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói. A denúncia do Gaeco ainda atribui ao grupo dois assassinatos cometidos com requintes de execução, à luz do dia e com armamento pesado.

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Um dos homicídios é o de Fábio Romualdo Mendes, executado com diversos disparos dentro de seu carro, em setembro de 2021, na Zona Oeste da cidade. A vítima esperava a esposa sair de um posto de saúde em Vargem Pequena. Outro crime ocorreu semanas depois, em Realengo, onde Neri Peres Júnior foi morto em uma emboscada com tiros de fuzil.

As ordens de prisão foram expedidas pela Auditoria da Justiça Militar e pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital.

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Crimes planejados e mensagens reveladoras

Segundo o MP, os assassinatos foram cuidadosamente planejados pelos integrantes do grupo. Fábio Romualdo teria sido morto para eliminar um possível rival na disputa por território na Zona Oeste, área sob influência da organização. A denúncia indica que todos os envolvidos no crime foram pagos.

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A investigação detalha ainda a atuação de Bruno Marques da Silva, conhecido como “Bruno Estilo”, policial militar acusado de fornecer armas e participar da logística do homicídio de Fábio. Ele teria, inclusive, manifestado ansiedade em realizar a execução, enviando mensagens a comparsas com fotos de uma pistola Glock adaptada com kit rajada — arma compatível com os disparos efetuados no crime.

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Trocas de mensagens via WhatsApp entre Bruno e Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza, o “Rodriguinho”, preso no Complexo de Gericinó, mostram o monitoramento da vítima e os preparativos para o assassinato. Em um dos trechos, Rodriguinho menciona que Bruno teria esquecido sua arma no carro. “Cara, tua arma tá comigo. Tu deixou dentro do carro”, escreveu.

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A denúncia também mostra que a execução foi remarcada duas vezes. Em uma das ocasiões, os criminosos aguardavam a vítima em uma barbearia, mas ela não apareceu. “Mano, estou me adiantando. Nem sinal do moleque lá. Se ligou? Nem sinal do moleque lá. Não apareceu no barbeiro. Amigo tá vindo embora já. Valeu”, diz uma das mensagens.

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O segundo homicídio atribuído ao grupo ocorreu em 4 de outubro de 2021, também na Zona Oeste. A vítima, Neri Peres Júnior, foi surpreendida em uma via pública de Realengo.

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