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No tempo da censura

Balada sobre o sequestro do menino Carlinhos, vetada em 1974, e uma música de Luiz Ayrão banida pela ditadura e ainda inédita ganham destaque na edição número 100 da revista da Biblioteca Nacional

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 2 jun 2017, 13h16 - Publicado em 1 jan 2014, 17h14
Claudia Dantas/Vivamais
Claudia Dantas/Vivamais (Redação Veja rio/)
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Chega às bancas na primeira semana de janeiro a centésima edição da Revista de História da Biblioteca Nacional, especializada em ensaios memorialistas. Desta vez trará textos de pesquisadores como Fabiano Dalla Bona (UFRJ), Paulo Cesar de Araújo (PUC) e Bernardo Buarque de Hollanda (FGV). Nela, um artigo sobre música brasileira reúne duas histórias curiosas sobre censura, que se passam no Rio dos anos 70, protagonizadas por compositores românticos populares, comumente chamados de “cafonas”. A primeira fala do veto a Meu Pequeno Amigo, de Fernando Mendes. Era um tributo a Carlos Ramirez, o menino Carlinhos, sequestrado em Laranjeiras e nunca mais visto, caso que mereceu manchetes dos jornais cariocas meses a fio. A balada pergunta “onde ele está / e o que fizeram / com meu pequeno amigo?” e foi considerada perigosa pelo governo militar, pois faria referência a desaparecidos políticos.

Outra canção proscrita na época, e jamais lançada, é Homossexual, de Luiz Ayrão (sambista que despontou do Lins para o sucesso nacional com Porta Aberta). Inspirada no costureiro Clodovil, teve sua gravação proibida e acabou mofando nos arquivos da gravadora RCA.

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