Museu Nacional vai exibir manto tupinambá ao público no final de agosto
Após dois dias dedicados a ritos indígenas, a instituição vai mostrar o item aos cariocas no dia 31 de agosto, um sábado
Anote aí: no dia 31 de agosto, o Museu Nacional vai apresentar ao público em geral o famoso – e sagrado – manto tupinambá de 300 anos devolvido pela Dinamarca, em uma icônica reparação histórica.
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Junto ao povo indígena Tupinambá, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) vem articulando uma cerimônia de celebração do retorno desse item tão simbólico ao Brasil, que deve acontecer na Quinta da Boa Vista, onde fica o Museu, que pegou fogo em 2018 e passa por uma longa reconstrução. A previsão de reabertura é em 2026.
O evento vai começar com uma cerimônia de reza ao manto, que será realizada entre 29 e 30 de agosto, a portas fechadas. Participarão somente lideranças espirituais Tupinambá e pajés, que serão responsáveis pelas atividades de acolhimento, proteção e bênçãos ao manto.
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Após os ritos, o Museu Nacional abrirá as portas ao público às 10h do dia 31 de agosto, um sábado, para a realização da cerimônia oficial de exibição do manto tupinambá. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, além de representantes do povo tupinambá, do governo do Brasil e da Dinamarca e do Museu Nacional estarão presentes nesse ato.
Entre 29 e 31 de agosto, os povos indígenas farão uma vigília ao manto nos jardins da Quinta da Boa Vista.
O MPI, através da Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (Seart), também promoverá no dia 5 de agosto um novo diálogo com os tupinambá na Bahia, com a presença do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, para preparar os últimos detalhes da cerimônia.
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O processo para viabilizar o evento é conduzido pelo Grupo de Trabalho (GT) de Restituição de Artefatos Indígenas, criado em 2023 pelo ministério justamente para lidar com o retorno de peças de valor inestimável para a cultura brasileira.
Entenda a importância do manto tupinambá
A peça é considerada pelos indígenas um objeto sagrado, que era utilizado em alguns rituais por pajés, caciques e majés, que utilizavam mantos parecidos com o modelo que chegou ao Brasil recentemente.
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O manto chegou ao Rio de Janeiro sob sigilo na primeira semana de julho. O item é considerado o mais conservado entre 11 exemplares que ainda existem. É também o primeiro a retornar ao Brasil. Todos os outros estão em museus da Europa.