Continua após publicidade

Museu Nacional confirma chegada de manto tupinambá de 300 anos ao acervo

Antropóloga a Glicéria Tupinambá, do Grupo de Trabalho do Ministério dos Povos Originários, reclama da ausência de rituais religiosos na recepção do item

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 jul 2024, 15h50
  • Seguir materia Seguindo materia
  • manto tupinambá
    Manto Tupinambá: objeto sagrado para os indígenas é motivo de desentendimento com o Museu Nacional (Museu Nacional (UFRJ)/Divulgação)

    O Museu Nacional confirmou a chegada do manto tupinambá de mais de 300 anos que estava na Dinamarca. A peça teria chegado à cidade sob sigilo na primeira semana de julho. Ela veio para ajudar a repor o acervo perdido com o incêndio que destruiu o prédio da instituição, em 2018.

    “Nesse momento, pedimos a compreensão de todos, pois queremos organizar a apresentação do manto com todo cuidado e respeito aos saberes dos povos indígenas, com quem estamos trabalhando em harmonia e contato direto, através do Ministério dos Povos Indígenas”, diz um trecho do comunicado enviado à imprensa pela direção do museu, que é ligado à UFRJ.

    + Briga de trânsito: motorista é agredida após ‘fechar’ carro na Ilha

    No entanto, o item não estaria sendo tratado com o devido cuidado em relação às tradições dos povos originários. A artista e antropóloga Glicéria Tupinambá explicou ao G1 que, mesmo sendo integrante do Grupo de Trabalho (GT) do Ministério dos Povos Indígenas para a recepção do manto, só foi avisada sobre a chegada da peça depois que ela já estava no museu.

    Continua após a publicidade

    “Nós, do Grupo de Trabalho, iríamos tratar de como seria a recepção, para acolhida ao manto quando chegasse. A gente não estava sabendo quando o manto chegou. Não só repatriamento institucional com embaixador e museu apenas é necessário, mas também a presença dos rituais e cerimônias religiosas. Diferente de tratar o manto como simplesmente um objeto”, reclamou.

    Compartilhe essa matéria via:

    Feito de penas vermelhas de Guará, ave típica do litoral da Bahia, o manto mede cerca de 1,80 metro e tem 80 centímetros de largura, e é costurado em uma malha com uma técnica ancestral do povo tupinambá. Existem apenas outros dez exemplares do tipo no mundo, produzidos entre os séculos XVI e XVII.

    Continua após a publicidade

    A solicitação do retorno do manto foi feita em em 2002 pela comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá Olivença, na Bahia, ainda não demarcada. Porém, somente em agosto do ano passado a devolução da peça ao Brasil, seu lugar de origem, foi anunciada, em uma ação conjunta do embaixador brasileiro na Dinamarca, Rodrigo de Azeredo Santos, e do Museu Nacional.

    + Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.