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Motorista de app que levou morto a banco em Bangu mentiu em depoimento

Condutor disse que segurou cadeira de rodas para que Erika tirasse idoso do carro, mas imagens mostram que a ajudou a segurá-lo e a colocá-lo na cadeira

Por Da Redação
18 abr 2024, 14h44

Imagens de câmeras de segurança desmentem um ponto do depoimento do motorista de aplicativo que levou Érika de Souza Vieira Nunes e Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que estaria morto, ao banco onde ela pretendia sacar um empréstimo de R$ 17 mil aprovado em nome dele. Segundo o condutor, ao chegar ao shopping que fica perto da agência bancária, ele chegou a segurar a cadeira de rodas para que ela conseguisse retirar o idoso do carro. E acrescentou que, quando foi retirado do veículo, Paulo segurou na maçaneta, o que indica que ele estava vivo. As cenas captadas pelas câmeras de segurança do estacionamento do shopping, no entanto, mostram que o motorista ajuda Érika a segurá-lo e a colocá-lo na cadeira.

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No depoimento, o motorista de aplicativo contou ainda que, quando chegou ao endereço deles, em Bangu, Érika estava na calçada esperando o carro. Também afirmou que Érika pediu ajuda a um rapaz para retirar o idoso de dentro da residência. O condutor disse que não ajudou a embarcar Paulo Roberto no carro e que Érika, o rapaz e as duas filhas dela colocaram o idoso sentado no banco do carona. Quando chegaram ao shopping, segundo ele, Érika foi buscar uma cadeira de rodas no subsolo. Enquanto isso, ele ficou conversando com um funcionário do shopping no estacionamento. Após os dois saírem do carro, ele foi embora. No depoimento, o motorista não diz se percebeu algo de estranho durante a viagem, nem nem no fato de o idoso não se mexer tanto quando entrou no carro quanto na hora de sair.

A polícia segue investiga se Paulo Roberto Braga estava morto quanto chegou ao banco, em Bangu, na Zona Oeste, nesta terça (16). Erika, que seria sobrinha e cuidadora dele, foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Erika, de 42 anos, também prestou depoimento ainda na terça (16) e relatou que, depois de receber alta de uma internação em uma UPA na segunda (15), Paulo havia dito a ela que queria pedir um empréstimo de R$ 17 mil para comprar uma televisão e fazer uma reforma na casa dele. Contou ainda que foi ao banco com ele para ajudar e que, quando saíram de casa, Paulo Roberto estava consciente, mas debilitado. Segundo a suspeita, quando chegaram ao banco, o tio parou de responder, e ela tentou acordá-lo, mas não conseguiu.

Outros depoimentos de pessoas envolvidas no caso também já foram colhidos pela polícia a fim de esclarecer o que aconteceu. A gerente do banco onde foram feitas as imagens de celular de Érika falando com as atendentes, ao lado do idoso morto, disse que, ao perceber que ele não estava bem, pediu a Érika que o tio dela assinasse um papel antes de pegar o dinheiro. Segundo a gerente, durante todo o processo, Paulo Roberto não respondia, e tinha aspecto pálido. Diante da situação, o Samu foi chamado. O médico que fez o atendimento afirmou que, ao fazer a reanimação cardiorrespiratória, verificou que Paulo Roberto estava morto, e que o corpo já apresentava manchas que normalmente aparecem só depois de duas horas de um óbito.

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Já o mototaxista que ajudou Erika a colocar Paulo no carro do motorista de aplicativo que os levaria à agência bancária relatou em depoimento que ele estava vivo na hora que foi colocado no veículo. O mototaxista contou que foi chamado por Erika para ir até sua casa e ajudar e levar Paulo Roberto da cama para o carro, e que percebeu que ele ainda respirava e tinha força nas mãos. Isso teria acontecido, segundo ele, por volta das 12h20.

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Em entrevistas, a advogada de Érika, Ana Carla de Souza Correa, afirmou que a cliente tem um laudo psiquiátrico que foi apresentado na delegacia. “A senhora Érika faz um tratamento psicológico, toma remédios controlados. Fez tratamento bariátrico e precisa de tratamento psicológico”, disse, acrescentando acreditar que ela ela estava em surto naquele momento por causa dos medicamentos: “Ela estava visivelmente alterada”. Já o perito do Instituto Médico-Legal (IML) afirmou que o óbito pode ter ocorrido entre 11h30 e 14h30, mas que ele não tem elementos seguros para dizer, do ponto de vista técnico e científico, que a vítima morreu no trajeto para a agência ou em seu interior.

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