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Morto no banco: defesa de mulher presa diz que idoso chegou vivo ao local

Erika Nunes foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver ao tentar usá-lo para sacar empréstimo de R$ 17 mil

Por Da Redação
17 abr 2024, 12h32
mulher leva homem morto a banco para tentar golpe
Erika e Paulo: acompanhante chega a levar braço direito do idoso à mesa, alegando tentar que ele assinasse documento para obtenção de empréstimo, e até fala com o cadáver do tio (TV Globo/Reprodução)
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A defesa da mulher que tentava sacar um empréstimo de R$ 17 mil ao lado de um homem morto em um banco em Bangu, na Zona Oeste, afirma que o idoso chegou vivo à agência. O caso aconteceu nesta terça (16). Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela se apresentou como sobrinha e cuidadora de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, e tentou usá-lo para fazer a retirada do dinheiro, já que para isso seria necessária sua assinatura ou mesmo sua digital. Os funcionários da agência bancária, no entanto, estranharam a situação e chamaram uma equipe do Samu, que constatou que o idoso estava morto no guichê.

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“Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que, no momento oportuno, também serão ouvidas. Ele começou a passar mal, e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika”, disse ao portal g1 a advogada de Erika, Ana Carla de Souza Correa.

Mas o delegado Fábio Luiz Souza, titular da 34ª DP (Bangu), afirmou em entrevista à Globonews que sinais encontrados no corpo de Paulo Roberto Braga derrubam a versão da defesa de Erika. “Não dá pra dizer o momento exato da morte. Mas foi constatado pelo Samu que havia livor cadavérico. Isso acontece a partir do momento da morte, mas só é perceptível por volta de duas horas depois”, disse Fábio, explicando que trata-se de manchas de sangue decorrentes da inércia, quando o coração já não faz o bombeamento.

A polícia ainda não sabe se o idoso usava ou não cadeira de rodas anteriormente, e isso será objeto de investigação. O delegado também tenta identificar o motorista de aplicativo que levou Erika e Paulo até o banco para colher seu depoimento. Ele já entrou em contato com a empresa de aplicativo para chamar o homem para depor e entender quem colocou e como colocou o idoso do veículo. Aos agentes, Erika alegou que o empréstimo – pedido ao banco no dia 25 de março, mas que não foi sacado antes porque Paulo estava internado tratando de uma pneumonia – seria para atender o desejo de Paulo de comprar uma TV e fazer uma reforma na casa.

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Os bancários passaram a gravar o atendimento a Erika quando desconfiaram do estado de Paulo e depois chamaram a polícia. Nas imagens, o idoso está em uma cadeira de rodas, e Erika tenta a todo momento manter a cabeça dele firme. A mulher chega a levar o braço direito do idoso à mesa, a fim de assinar o documento. E até fala com o cadáver:

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“Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como.”
“Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço.”
“O senhor segura a cadeira forte para caramba aí… Ele não segurou a porta ali agora?”
“Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”
“Tio, você tá sentindo alguma coisa? Ele não diz nada, ele é assim mesmo.”
“Se você não ficar bem, eu vou te levar para o hospital. Quer ir para o UPA de novo?

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