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Apertem os cintos…

A exploração de petróleo na camada do pré-sal e o rápido crescimento da frota provocam a escassez de pilotos de helicóptero na cidade

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h27 - Publicado em 22 ago 2012, 13h55

O estudante Rodrigo Gomes, de 26 anos, nunca gostou das aulas da faculdade de direito que frequentou nos últimos três anos. Sem muita convicção sobre a profissão escolhida, o rapaz nem sequer conseguia se imaginar de terno e gravata, percorrendo corredores de fóruns atrás de processos. A oportunidade de jogar tudo para o alto veio no fim do ano passado, quando ele decidiu realizar seu sonho de infância. “Eu sempre gostei de aviação, mas optei por advocacia com aquela ideia de estabilidade profissional. Quando reparei na quantidade de vagas abertas para piloto de helicóptero e nos salários oferecidos, percebi que não fazia mais sentido continuar na faculdade”, diz ele. Gomes é um dos noventa alunos da Rio22, escola de pilotagem aberta há cinco meses justamente para fazer frente à escassez do setor. Pelas contas do Sindicato Nacional de Empresas de Táxi Aéreo (Sneta), o estado do Rio tem atualmente um déficit de 150 profissionais.

A explicação para tal fenômeno é simples. A exploração do petróleo na camada pré-sal, com quatro plataformas em operação e outras doze em processo de implantação, impulsionou o uso de helicópteros para levar funcionários e suprimentos em direção ao alto-mar. Da mesma forma, a expansão econômica e o crescimento do turismo têm estimulado o uso do meio de transporte para passeios ou como recurso para fugir do trânsito cada vez mais caótico da cidade. O resultado é que, entre 2001 e 2012, o número dessas aeronaves passou de 166 para 386. O impacto da falta de profissionais para suprir tal demanda pode ser sentido na folha de pagamento das empresas especializadas. Na Líder Aviação, a maior companhia de táxi aéreo do país, os salários aumentaram 140% nos últimos cinco anos. “O processo de formação, além de longo, também é caro, pois exige centenas de horas em voos de instrução e, no caso da atuação nas plataformas de petróleo, uma penca de cursos especiais”, explica André Lietskovski, dono da Rio22 e “motorista” particular do casal Luciano Huck e Angélica. Mas o esforço compensa. Um iniciante estreia na carreira ganhando 6?000 reais, mas o valor pode chegar a 50?000 reais para comandantes de aparelhos offshore ou das caríssimas máquinas que transportam executivos. Mesmo com a abertura de novas escolas, a demanda se manterá alta. Até 2018, serão necessários pelo menos 780 profissionais para preencher todas as vagas disponíveis. E, até que isso aconteça, os cariocas hoje acostumados às esticadinhas aéreas para Angra ou Búzios correm o risco de, na hora do passeio, depararem com o banco do piloto vazio.

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