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Caso Marielle: Rivaldo Barbosa se diz vítima de armação de Ronnie Lessa

Preso, ex-chefe de Polícia nega envolvimento no crime e afirma desconhecer irmãos Brazão

Por Da Redação
4 jun 2024, 12h30
Rivaldo-Barbosa
Rivaldo Barbosa: suposta perseguição estaria evidenciada no que delegado considera uma "fragilidade probatória" no inquérito da PF (Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmou não conhecer os irmãos Brazão e negou qualquer envolvimento em um suposto plano para assassinar a vereadora do PSOL em depoimento prestado à Polícia Federal (PF) nesta segunda (3). Segundo o jornalista Cesar Tralli, da Globonews, não há por ora nenhuma possibilidade de ele colaborar com a investigação. Até porque, Barbosa reafirma que está sendo vítima de uma armação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, que o acusou em delação premiada. Lessa o teria implicado no crime como forma de vingança por sua prisão.

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Segundo Ronnie Lessa, Rivaldo Barbosa teria planejado o homicídio de Marielle Franco e atuado para proteger os supostos mandantes do crime — o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão. No depoimento, prestado na Penitenciária Federal de Brasília, segundo o advogado Marcelo Ferreira, que o representa, Barbosa respondeu a todas as perguntas dos investigadores: “Ele nunca esteve com essas pessoas, não conhece essas pessoas. Ele entregou o celular dele para a Polícia Federal com todas as senhas e isso nunca foi levado em consideração. Cadê as conversas que teria tido com ele? Se foi combinado um ano antes que ele receberia um valor para poder não investigar um crime que acontecia no futuro, cadê qualquer elemento em relação a isso? Não tem, a Polícia Federal não conseguiu trazer isso e ficou muito claro no depoimento que realmente ele nunca teve contato com ninguém”.

O delegado também afirmou sofrer uma “perseguição”. Segundo ele, sua indicação ao cargo de chefe de Polícia Civil, em março de 2018, foi do general Richard Nunes, então secretário de Segurança do Rio, que teria obedecido a um “critério técnico”. Mas, em sua versão, houve uma “contraindicação” de um delegado da PF responsável pela Subsecretaria de Inteligência. Richard Nunes não teria considerado plausíveis os motivos apresentados e manteve a indicação de seu nome. Barbosa apontou ainda que um dos delegados da PF responsáveis por assinar o relatório final das investigações também trabalhava na Subsecretaria de Inteligência no momento de sua nomeação. O ex-chefe da Polícia Civil também afirmou que o então chefe da Subsecretaria de Inteligência teria dito a outra delegada, após ser retirado do cargo por Richard Nunes, que iria “f…” com a sua vida.

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Na versão de Rivaldo Barbosa, essa suposta perseguição estaria evidenciada no que considera uma “fragilidade probatória” no inquérito da PF. O depoimento do delegado foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Barbosa lhe enviar uma súplica em um bilhete escrito na intimação entregue por um oficial de justiça. “Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu ele.

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