Um século de arte
Luiz Aquila e Roberto Magalhães celebram cinquenta anos de carreira no Paço
Completar meio século de carreira é um feito digno de comemoração. No caso de Roberto Magalhães, 70 anos, e Luiz Aquila, 69, a festa será à altura da importância da dupla no cenário artístico brasileiro. A partir de sexta (14), cada um deles será homenageado com uma alentada individual no Paço Imperial. Magalhães, que fez sua estreia numa galeria em 1962, exibe 174 trabalhos em Quem Sou, de Onde Vim, para Onde Vou ? o nome foi tirado de um pastel de 1992, presente no acervo selecionado. Aquila teve suas obras incluídas em uma coletiva pela primeira vez dois anos antes do colega. Na mostra Quase Tudo, a Never Ending Tour, ele assina 200 criações produzidas nos últimos cinquenta anos. Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial, é o curador das duas exposições.
O visitante vai encontrar artistas de perfil distinto no mesmo endereço. Notabilizado por sua dedicação ao desenho, Magalhães apresenta somente trabalhos que têm o papel como suporte, concebidos com guache, aquarela, pastel, nanquim, lápis de cor, grafite e até caneta esferográfica. Como é recorrente em sua obra, muitos deles pregam uma peça na vista do espectador, caso do homem de duas cabeças retratado em Quem Sou, de Onde Vim, para Onde Vou. Na maior individual de sua carreira, Aquila comparece com gravuras, desenhos, colagens e telas ? algumas abstratas e de colorido abundante, a exemplo da acrílica Pintura com Alguns Riscos (2009). Chama atenção a maneira como as obras foram distribuídas: não agrupadas por época, como seria de esperar em uma retrospectiva, mas por afinidade estética.
Luiz Aquila e Roberto Magalhães. Paço Imperial. Praça XV de Novembro, 48, Centro, ☎ 2215-2093. Terça a domingo, 12h às 18h. Grátis. Até 25 de dezembro. A partir de sexta (14). https://www.pacoimperial.com.br.