Jornal New York Times destaca e celebra Baile Charme de Madureira
Um dos jornais mais importantes do mundo, o periódico dedicou uma página inteira ao evento, patrimônio cultural imaterial do estado do Rio

Um dos jornais mais importantes do mundo, o New York Times dedicou uma página inteira ao Baile Charme de Madureira na edição desta quinta (2). No site do periódico, vídeos mostram os movimentos no Viaduto Negrão de Lima.
A repórter Ana Ionova e a fotógrafa e cinegrafista María Magdalena Arréllaga, paraguaia, acompanharam uma aula de dança charme e, mais tarde, no mesmo dia, o baile em si, patrimônio cultural imaterial do estado do Rio.

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A reportagem descreve o estilo musical como “nascido aqui nos anos 1970 como uma ode ao soul americano, funk e, mais tarde, R&B” e conta que ele foi batizado pelo DJ Corello, em 1980.
“Os movimentos que definem a dança são, ao mesmo tempo, familiares aos dançarinos de rua urbanos, mas unicamente ‘cariocas’, como qualquer pessoa ou coisa do Rio de Janeiro é conhecida. Os movimentos trazem uma pitada do balanço da bossa nova; os two-steps têm um sabor distinto de samba; e reboladas ousadas canalizam o funk brasileiro”, descreve o texto.
No dia em que a equipe acompanhou a aula, “uma manhã abafada de sábado recente”, dezenas de pessoas aprendiam os passos com os professores Marcus Azevedo, 46 anos, e Lucas Leiroz, 28, “de crianças inquietas e adolescentes magros a homens e mulheres na faixa dos 50 e 60 anos”.
“Esse lugar é mágico”, diz Azevedo. “Tem algo espiritual, uma energia que só existe aqui”, derrete-se. Leiroz explica que eles ainda tocam as mesmas músicas de 30 anos atrás, mas trazem canções recentes também. “Se não inovamos e trazemos algo novo, você começa a perder as pessoas”, defende ele.
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Já no baile, o DJ Michell, residente do evento, toca músicas nacionais, de artistas como Os Garotin. “Não vamos parar de tocar essas músicas que amamos”, comenta ele, sobre o repertório americano. “Mas, hoje, o charme é mais brasileiro. E isso faz parte da nossa evolução.”
Uma das alunas da animada turma de dança, a professora Larissa Rodrigues Martins, de 25 anos, resume o espírito da coisa: “Charme não é só música. É um lugar onde compartilhamos e aprendemos uns com os outros — não só sobre passos, mas também sobre a vida.”
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