Jogador de futebol alega ter sofrido racismo em shopping na Barra

Caso aconteceu na Zara do Barrashopping; Guilherme Quintino, do Volta Redonda, foi obrigado a voltar para mostrar onde estavam peças que não comprou

Por Da Redação
21 jun 2023, 13h40
Guilherme, o segurança que o abordou e funcionárias que checaram itens que o jogador desistiu de comprar
Racismo: Guilherme, o segurança que o abordou e funcionárias da Zara no momento em que o ex-jogador teria sido obrigado a mostrar onde deixou as peças que não comprou para sair da loja.  (TV Globo/Reprodução)
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Atleta do Volta Redonda, após passagens pelo Flamengo e pelo Botafogo, o jogador de futebol Guilherme Quintino denuncia ter sofrido racismo na Zara do Barrashopping na noite de domingo (18). Em depoimento à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde registrou queixa, ele afirma que foi impedido de sair da loja e obrigado a mostrar onde estavam peças que desistiu de comprar. Imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam trabalhando no momento da abordagem já foram solicitadas pelos agentes para ajudar na investigação.

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“Fui abordado de forma totalmente ríspida, estava saindo de mãos vazias. Me senti constrangido e acuado naquela situação”, afirmou Guilherme, que estava com a namorada, Juliana Ferreira, quando foi abordado. Eles contaram à TV Globo que separadamente foram para os setores masculino e feminino para escolher roupas. Juliana disse que pegou uma ecobag que é fornecida aos clientes e a entregou para Guilherme. Os dois chegaram a escolher algumas peças, mas optaram por não levá-las. Eles então deixaram a sacola em uma arara da loja e foram até a saída. Mas, ao tentarem sair, um segurança impediu Guilherme. Toda a abordagem durou cerca de 40 minutos.

O atleta enfatizou que era questionado pelo segurança o tempo todo: “’Cadê a bolsa que estava na sua mão?’ e eu disse: ‘Eu deixei na parte masculina’. E ele enfatizava: ‘Cadê a bolsa? Então me leva até ela’. E eu fui, sem problema nenhum. Ele viu, e aí fiquei em choque, constrangido”, narrou. “Minha namorada percebeu a situação, pediu uma resposta e começou a gravar o que estava acontecendo, por que queriam a sacola, sendo que eu estava saindo de mãos vazias e não tinha como levar nada”, disse o jogador.

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Depois da conferência dos produtos, Guilherme foi liberado, mas Juliana retornou à loja e pediu a presença do gerente, que teria afirmado que verificaria o ocorrido, mas, após 20 minutos, voltou sem explicações. A namorada do atleta disse que também procurou o SAC do BarraShopping. Imagens gravadas por ela mostram o casal questionando os funcionários da loja, sem receber resposta. Também é possível ver o segurança com a sacola na mão, levando em direção a outra funcionária.

“Ficou claro para mim que havia ali um motivo racial, de cor da pele, para aquela abordagem. Eu me senti no dever de ficar ali e prestar aquele apoio para eles”, afirmou Fábio Daniel Araújo, que estava no estabelecimento, ao G1. “A gente percebeu que era caso de racismo. O rapaz era negro, novo. Aquilo me bateu uma revolta tão grande na hora. Porque sou branco, mas se a dor do outro não doer em mim o doente sou eu”, disse ao portal outro cliente, Rafael Duvivier.

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Em nota, a Zara informou que está apurando o ocorrido, e que a abordagem relatada não é a prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores. A loja afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação. A administração do BarraShopping disse que lamenta o fato e repudia qualquer ato de discriminação, além de estar à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos.

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