Como ficará o Jardim de Alah após obra de consórcio vencedor de licitação
Proposta do Consórcio Rio + Verde foi a escolhida no certame; empresa Duchamp, que ficou em segundo lugar, vai entrar com recurso sobre a decisão
Quatro meses depois de lançado o edital, o Consórcio Rio + Verde venceu a licitação da Parceria Público Privada (PPP) para administrar o Jardim de Alah, parque de 93,6 mil metros quadrados que engloba as praças Almirante Saldanha da Gama (próximo à praia, entre as avenidas Prudente de Morais, Ataulfo de Paiva e a Rua Visconde de Pirajá) e Grécia (perto da Lagoa). O resultado foi anunciado pela comissão de licitação da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR) nesta sexta (21), e foi comemorado pelo prefeito Eduardo Paes em suas redes sociais onde se pode ver três croquis que mostram uma área mais verde, de águas claras, calçamento e ciclovia recuperados e passarelas para pedestres sobre o canal. Duas outras empresas participaram da concorrência: o Consórcio Novo Jardim de Alah e a Duchamp Administradora de Centros Comerciais.
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A estimativa é que o vencedor – formado pelas empresas Accioly Participações, DC-Set, Opy e Púrpura – invista 112,6 milhões de reais na recuperação de jardins, implantação de ciclovias, entre outras melhorias. No primeiro ano, seriam empregados 67,5 milhões de reais para reurbanizar o espaço. Em troca, o novo administrador poderá explorar comercialmente a área, seja em forma de quiosques ou outros pontos comerciais. Ainda não há prazo para o resultado ser homologado. Isso porque, em segundo lugar no certame, a empresa Duchamp Administradora de Centros Comerciais, que concorria sozinha, manifestou que vai recorrer da decisão da Comissão de Licitação. Pela legislação, o recurso pode ser apresentado em até cinco dias úteis. O Consórcio Novo Jardim de Alah, que reúne a Magus Sgg e a Dream Factory, ficou em terceiro.
Ainda não há prazo para assinatura do contrato, por questões judiciais. Moradores do bairro movem uma ação na Justiça questionando a remodelação do Jardim de Alah. Eles argumentam que a área é tombada e as intervenções levariam à descaracterização do parque. A liminar da juíza Alessandra Tufvesson Peixoto, da 8ª Vara de Fazenda Pública, permitiu continuidade do certame. Mas a decisão impede que seja feita a adjudicação (declaração oficial) do vencedor da concorrência, segundo o jornal O Globo.
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A última grande reforma do Jardim de Alah ocorreu no final de 2003, na gestão do prefeito Cesar Maia. Projetado em estilo art déco pelo urbanista francês Alfred Agache, o parque, construído em 1938, teve o nome inspirado em um filme estrelado dois anos antes por Marlene Dietrich e Charles Boyer, “The Garden of Allah”. O vencedor da licitação deverá ampliar a área do parque, transformar os estacionamentos atuais em subterrâneos (com 200 vagas) e dar novos usos ao jardim, com a instalação de lojas e restaurantes, além da promoção de eventos e exposições. Tudo isso mantendo o lugar como um parque público.