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“Isso não é um problema social”, diz Paes, sobre morte de médico

Prefeito do Rio foi duro ao falar sobre os suspeitos da morte do médico Jaime Gold, vítima de latrocínio na Lagoa Rodrigo de Freitas

Por Agência Estado
Atualizado em 2 jun 2017, 12h37 - Publicado em 21 Maio 2015, 14h07
Prefeito-Eduardo-Paes
Eduardo Paes: "As amarras impostas às autoridades públicas para combater o caos que vemos nas ruas da cidade demandam instrumentos efetivos para se evitar que essa rotina prossiga”  (./Divulgação)
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O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foi duro nesta quinta (21), ao falar sobre os suspeitos da morte do médico Jaime Gold, vítima de latrocínio na noite de terça-feira, 19, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Para o prefeito, caso seja confirmada a participação de menores no crime, eles precisam ser tratados como “delinquentes”. Paes foi mais longe e afirmou que “isso não é um problema social”. “O que a gente vê nesses casos é uma pessoa que sai armada de uma faca, agride, a ponto de levar essa pessoa à morte. Esse não é um criminoso que tem que ser tratado. É um delinquente que tem que ser tratado com a dureza da força policial. Não tem jeito. Isso não é um problema social”, sustentou o prefeito.

Horas mais cedo, um menor de 16 anos foi apreendido pela polícia suspeito de participação no crime na Lagoa Rodrigo de Freitas. Questionado sobre isso, Paes foi direto. “Criança, menor, praticando crime é um problema de polícia, não é um problema social. O Poder Público tem a responsabilidade de acolher, mas quando você tem alguém esfaqueando a ponto de matar, isso deixa de ser um problema social e passa a ser uma ação criminosa”, defendeu. “A gente precisa diferenciar o delinquente do problema social. Não se pode justificar tudo pelo problema social. Tem que ter ação contundente, e eu confio muito na reação do governador (Luiz Fernando) Pezão e do secretário (José Mariano) Beltrame nesse assunto”, continuou o prefeito.

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Na avaliação de Paes, muitas vezes crimes são atenuados com a justificativa de que são praticados por menores em vulnerabilidade social, o que nem sempre é o caso. “Isso ficou claro naquele episódio que teve na Rio Branco que a TV Globo mostrou e se dizia ‘ah, o menor, o problema social’, e depois se viu que ele tinha 24 anos na cara e estava pela Rio Branco esfaqueando. Quando a polícia entrou acabou essa história”, destacou o prefeito, lembrando do caso em que um homem sofreu facadas numa parada de ônibus. “A gente tem desafios enormes no Rio no campo social, mas isso não pode justificar tudo. Isso levou o Rio a muitos problemas no passado.”

Protesto Lagoa
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Sobre as críticas à insegurança na região da lagoa, Paes considerou que “não é um lugar mal cuidado”. Ele disse que a iluminação foi trocada há cerca de dois anos, com a instalação de postes abaixo da copa das árvores e com luzes de Led.

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Maioridade penal

Ao comentar a apreensão do adolescente, o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Rivaldo Barbosa, afirmou que reduzir a maioridade penal é “abrir mão desses adolescentes”. “Se você baixar a maioridade penal, vai estar abrindo mão desses adolescentes. A gente tem que pensar em um trabalho de ressocialização”, ressaltou o delegado.

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Mesmo se dizendo surpreso com “a frieza e a forma covarde sem nenhum sentimento com o ser humano” que demonstraram os autores do crime, o delegado destacou que o caso “supera a fase da polícia”. “Há que se pensar com um pensamento social”, defendeu.

Morador de Manguinhos, uma comunidade do subúrbio do Rio, o adolescente, de apenas 16 anos, já foi apreendido 15 vezes, todas entre 2010 e 2015. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal no país de 18 para 16 anos.

Jaime Gold
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