Muro da paz
Ficou pronto na semana passada, após quinze dias de incessante grafitagem, o painel de Panmela Castro, conhecida como Anarkia. Pintado para comemorar os oito anos da Lei Maria da Penha, ele fica no muro lateral da casa de shows Rio Scenarium, na Lapa, justamente em frente à Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM), órgão integrado à estrutura da Polícia Civil. São cerca de 330 metros quadrados de desenho, com a figura de um casal e uma inscrição no canto esquerdo superior: “Onde há respeito, há paz”. Levantamentos recentes da Secretaria de Segurança Pública informam que, no estado, as mulheres representam 65% das vítimas de lesões corporais dolosas nos casos de violência doméstica; e, a cada ano, o número de estupros chega à casa de 50?000 ocorrências registradas.
Por trás do pano
Troca de estátuas no foyer do Theatro Municipal, na Cinelândia: sai La Vérité (à direita), imagem de uma mulher seminua, escultura do francês Jean Antoine Injalbert (1845-1933); e entra uma Nossa Senhora de isopor (acima), tão leve que qualquer um pode levá-la debaixo do braço. Há motivo. É por causa da montagem de Suor Angelica, de Giacomo Puccini, da série Ópera do Meio-Dia. A história, só com mulheres, se passa num convento de freiras, e não seria de bom-tom manter a estátua original ali por perto ? às quartas, ela fica escondida atrás de uma grande cortina verde. Suor Angelica segue até o fim do mês.
Superando limites
Aconteceu há duas semanas, no Espaço Ecolounge, na Lagoa de Marapendi, na Barra. Um curso de stand-up paddle era inaugurado, e eis que, em ato espontâneo, um surfista cadeirante, Andrezinho Carioca, decidiu se aventurar no SUP ? mais que um desafio, era quase uma incongruência, levando-se em conta o nome da modalidade. A Ecobalsas, promotora do evento, achou tão bacana a iniciativa que agora pensa em desenvolver ações para pessoas com necessidades especiais. Ferana água, André Melo (que lesionou a medula num acidente de carro, em 2000) já era pioneiro: foi um dos primeiros cadeirantes a surfar na pororoca amazônica.
Um andarilho entre nós
Sua meta é difícil, demorada: conhecer os 160 bairros da cidade, sempre conversando com moradores locais, visitando monumentos e registrando tudo no Instagram (@DuartePeloRio). Esse é o projeto de Pedro Duarte, aluno de direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), nascido na Ilha do Governador. Ao lado, seus primeiros registros ? ele começou no mês passado. Já esteve em oito bairros, e o próximo é Campo Grande. Por enquanto, Duarte banca o projeto, e um dia pretende escrever um livro sobre essa epopeia carioca.
Arte de protesto
Choque é o nome deste óleo sobre tela, parte da exposição Estado de Sítio, de Arthur Arnold, aberta na terça (12) na Galeria Movimento, no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. A inspiração veio das manifestações de rua do ano passado. Além do quadro, há nove exemplares da “arte de protesto” do jovem pintor ? que tem 30 anos ? de Santa Teresa.