Os pavilhões dos bairros
Instigado pelo filho, que quis saber a origem do lugar onde moravam, o subúrbio de Jacaré, o professor Robson Ribeiro Letiere começou a pesquisar a história de cada parte da cidade. Depois de cinco anos de estudo, ele decidiu criar bandeiras que representassem todos os 161 bairros cariocas, com exceção de Cordovil, que já possuía um símbolo oficial desde 2002. O trabalho virou um livro e uma exposição a céu aberto, que neste fim de semana (29 e 30) ocupa um trecho da Rua Dias da Cruz, no Méier, e a partir da próxima quarta deve estar no Largo do Machado. As cores, os traçados e as figuras dos pavilhões têm sua razão de ser. Ao contrário do que muitos podem pensar, o próprio bairro de Letiere não tem nada a ver com o réptil, mas, sim, é uma corruptela de yacaré, que significa rio tortuoso em idioma indígena. Veja ao lado outros exemplos das peças criadas pelo professor, com as devidas explicações.
Cada um no seu canto
Aberta na semana passada na loja do CasaShopping, a mostra Artefacto exibe trinta ambientes, cada um deles em homenagem a uma personalidade. Inspiradas em Ana Botafogo, primeira-bailarina do Theatro Municipal, as arquitetas Cristina Côrtes e Claudia Sant?Anna conceberam o living da bailarina (acima). Para expressar toda a leveza da dança, o espaço tem a prevalência de tons claros, com especial realce para a mesa coberta por um belo tampo de cristal. Chama atenção também o painel com um poema de Jô Salgado criado pelo artista plástico Daniel Ventura. Entre outros nomes lembrados na exposição estão a apresentadora Ana Maria Braga, a estilista Lenny Niemeyer, o chef Claude Troisgros e o ator Rodrigo Hilbert.
Monstro a caminho
A bem-sucedida montagem universitária de The Book of Mormon, que esteve em cartaz na UniRio e chega agora ao teatro Odylo Costa Filho, na Uerj, de terça (1º) a sexta (4), às 7 da noite, pôs em evidência seus realizadores. Encabeçado pelo diretor Rubens Lima Jr, o grupo já abriu as inscrições para sua próxima peça, a comédia O Jovem Frankenstein, baseada no filme de Mel Brooks, lançado em 1974, que depois virou um musical na Broadway. As audições começam no fim de abril, e a previsão de estreia é para janeiro. Qualquer aluno da Uerj, UniRio e UFRJ pode se candidatar. “É como se fosse um curso de extensão”, diz o diretor.
O mestre dos mestres
Dono de um traço aparentemente simples mas refinado ao extremo, o maranhense Fortuna (1931-1994) era tido como o “cartunista dos cartunistas”. Esse epíteto dá nome ao livro que reúne sua produção ao longo de cinco décadas, organizado pelo desenhista Cássio Loredano. Fundador do Pasquim, ele foi crítico ferrenho da ditadura militar, tom evidente em várias criações. Era notório seu senso de humor sofisticado, como mostram as dez fantasias mais sem graça (à dir). Trabalhou em VEJA e na Folha de S.Paulo, entre outras publicações.