Habitação: candidatos propõem como resolver maior problema dos fluminenses
Segundo IBGE, condições de moradia no estado do Rio são as piores do Brasil; futuro governador tem déficit de 500 mil moradias para eliminar
A casa caiu quando, no fim do ano passado, um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as condições de moradia no estado do Rio são as piores do Brasil. De acordo com o levantamento, moradia e transporte são os principais problemas dos cidadãos fluminenses. No mesmo ano, o estado chegou a um déficit habitacional de quase 500 mil imóveis. Especialistas lembram que, embora o peso da solução desses problemas recaia sobre os municípios, é do estado que saem recursos para isso. E cabe ao governo criar e implementar políticas habitacionais, fazer o repasse de verbas aos prefeitos e criar um conselho estadual de habitação para fiscalizar cada passo. Esta é a realidade que o futuro governador do Rio terá que enfrentar, para evitar que a ocupação irregular do solo e consequente favelização leve a tragédias como a que ocorreu em Petrópolis, durante as chuvas que castigaram o município.
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“O déficit habitacional do Rio era uma vergonha e o abandono dos conjuntos populares era de décadas”, argumenta o governador Cláudio Castro (PL), que concorre à reeleição. “Nosso plano é urbanizar e levar infraestrutura para os grandes complexos de favelas da região metropolitana e grandes complexos de assentamento precários do interior, o que vai beneficiar 2.250 milhões de habitantes, o que significa 20% população Região Metropolitana Rio de Janeiro”, anuncia, após citar iniciativas já iniciadas, como o Casa da Gente, com investimento de 6,5 bilhões de reais em moradias e recuperação de condomínios nos próximos 5 anos, num total de 50 mil unidades habitacionais.
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Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, Marcelo Freixo (PSB), lembra que, além do déficit habitacional recorde, a ainda a questão das moradias inadequadas, que somam mais de 2 milhões. “Vamos atuar nas duas frentes, tanto com recursos e um programa estadual de moradia, mas principalmente na articulação e parceria com governo federal em torno de um programa de moradia renovado que aposte em novas casas, mas também urbanização de favelas e bairros mais carentes de infraestrutura. É preciso dar dignidade às casas que já existem”, avalia ele.
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Rodrigo Neves, que concorre ao governo pelo PDT, promete criar frentes de trabalho para a construção de cem mil casas populares em todo o estado: “O povo vai poder erguer com suas próprias mãos as casas que faltam para cobrir o déficit habitacional do nosso estado – e garantir salário por seu trabalho”. Para ele, a inércia do poder público é que leva a população fluminense ao empobrecimento e à consequente busca por um lugares irregulares e de risco para morar. ” Ninguém quer morar em barranco, em beira de rio, em pirambeira”, conclui.
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Já o ex-governador Wilson Witzel (PMB) diz que, se eleito novamente, vai trabalhar junto às prefeituras e captar recursos do Governo Federal para criar um programa de urbanização de favelas e localidades que sofrem com os problemas ocasionados pelas chuvas. “O Banco de Desenvolvimento do Estado que pretendo criar nos permitirá lançar ações na Bolsa de Valores e captar 10 milhões de reais, para fazermos moradias para a população do Rio de Janeiro”, planeja, além de retomar o Programa Comunidade Cidade que, segundo ele, foi “abandonado e sucateado” na gestão atual, “deixando as comunidades sem as obras de arruamento, coleta de lixo, internet, título de propriedade, por exemplo”.
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Preocupado com chuvas e desastres que se repetem, como em Petrópolis, Paulo Ganime (Novo) quer criar um centro de inteligência estadual para monitorar e evitar novas tragédias: ” Vamos reavaliar as políticas para prevenção de desastres, com delimitação de áreas de risco e estruturação das forças auxiliares, como defesa civil e bombeiros.
Já Cyro Garcia (PSTU) pensa em resolver o problema da moradia com a desapropriação de imóveis vazios, prédios desocupados e terrenos que estariam sendo utilizados apenas para a especulação imobiliária. “Vamos regulamentar e fornecer a estrutura necessária às ocupações por moradia. E teremos em nosso Plano de Obras Públicas a construção de casas para desabrigados, junto com os Conselhos Populares, dirigido pelos trabalhadores e o povo pobre”, propõe, a fim de gerar emprego e renda, “sem transferir dinheiro público para o lucro de grandes empresários”. Juliete Pantoja (Unidade Popular) também tem planos de fazer um “programa de recondicionamento de imóveis abandonados” para transformar em moradia popular, além da construção de novas unidades habitacionais. E Eduardo Serra (PCB) promete, com financiamento público, construir 150 mil moradias em quatro anos, assim como urbanizar áreas faveladas. O candidato do PCO, Luiz Eugenio Honorato, não respondeu as perguntas enviadas sobre o tema.