Guia do Centro reúne pontos tradicionais e seus clientes famosos
Da tabacaria frequentada por Getúlio ao bar favorito de Tom e Vinicius, livro será lançado em dezembro

O Centro do Rio tem lugares centenários, alguns mantidos com seu aspecto original, muitos deles frequentados, no passado, por personalidades que ali deixaram marcas, fossem autógrafos, fotos na parede ou mesmo, simplesmente, a aura de sua presença. O controverso deputado Tenório Cavalcanti, também conhecido como “o homem da capa preta”, costumava ir de metralhadora à Chapelaria Porto, e lá comprou muitos dos chapéus que compunham sua temida imagem. O lugar foi fundado em 1880 e teve vários endereços na Rua Senador Pompeu, onde, aliás, está até hoje, agora no número 94. Detalhes assim estarão listados no guia Caminhos da Cultura: Centro Histórico do Rio de Janeiro, organizado por Fernando Portella, um projeto da Editora Cidade Viva a ser lançado em dezembro em plataforma digital e em versão impressa. Em foco, clientes ilustres de antigas casas comerciais.

A equipe de pesquisadores rodou nossa região central e verificou, também, como a Casa Villarino foi importante para a música popular brasileira. O bar, funcionando desde 1953 na Avenida Calógeras, tinha gravadoras e rádios por perto e virou ponto de encontro de cantores e compositores, de Ary Barroso e Elizeth Cardoso, num primeiro momento, a Vinicius de Moraes e Tom Jobim, anos mais tarde, esses dois muitas vezes sentados na chamada “mesa 1” do estabelecimento. Ainda estará na obra a história da Tabacaria Africana, aberta em 1846, na Travessa do Paço, que teve em sua clientela os presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
