Governador Cláudio Castro é indiciado pela PF por corrupção e peculato
É o 7º gestor estadual do território fluminense a ser denunciado; defesa pedirá nulidade do relatório alegando base em "delação criminosa, de um réu confesso"
A Polícia Federal indiciou o governador do Rio, Cláudio Castro, pelos crimes de corrupção e peculato. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema quando era vereador e vice-governador do estado. O indiciamento se baseia apenas em uma “delação criminosa, de um réu confesso”. Com o indiciamento, o político se torna o sétimo gestor estadual do território fluminense a ser denunciado.
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O atual governador é investigado desde o ano passado, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e foi indiciado a partir dessa apuração. A acusação que pesa contra ele é a de ter supostamente recebido propina e atuado no desvio de programas do governo enquanto era vereador e vice-governador. Seu irmão de consideração, Vinícius Sarciá, também foi denunciado por corrupção passiva e peculato. Em dezembro de 2023, Sarciá chegou a ser alvo da Operação Sétimo Mandamento, da PF, em uma investigação sobre possíveis fraudes em programas assistenciais do estado. A operação também teve aval do STJ. “A defesa técnica não irá se manifestar a respeito do procedimento que corre sob sigilo”, afirmaram ao portal G1 os advogados de Sarciá Rocha.
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Em nota, a defesa de Cláudio Castro disse que pedirá a nulidade do relatório e que o indiciamento se baseia apenas em uma “delação criminosa, de um réu confesso”. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos”, diz o comunicado, que finaliza dizendo que o governador “confia na Justiça e está seguro de que tudo será esclarecido até o fim do processo legal”.
Outros governadores indiciados por corrupção
Antes de assumir o cargo, Castro era vice de Wilson Witzel (PMB), que governou o Rio de 2019 a 2021, quando sofreu um impeachment após ser acusado de corrupção em contratos públicos. Antes dele, os governadores Sérgio Cabral (MDB) e Luiz Fernando Pezão (MDB), ambos condenados, também foram acusados de corrupção. De acordo com a Justiça, Pezão era vice-governador de Cabral quando assumiu o cargo e supostamente deu continuidade aos crimes que eram praticados pelo antecessor. Eles foram precedidos pelo casal Anthony (Republicanos) e Rosinha Garotinho (MDB), que também estiveram no cargo e já foram acusados por crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais. Além deles, o ex-governador Moreira Franco (MDB), que integrou os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), foi denunciado por corrupção e chegou a ser preso em 2019 durante investigações da Operação Lava Jato.