Como funcionava esquema de laudos falsos para plantio de maconha no Rio
Médico preso por emitir documentos falsificados para cultivo da erva beneficiou a esposa e o advogado; os três foram presos na Operação Seeds
O médico Adolfo Antônio Pires, preso nesta terça (11), por suspeita de emitir laudos falsos para o cultivo de maconha, teve como clientes a mulher Pérola Katarine de Castro e o advogado criminalista Patrick Rosa Barreto, detidos em conjunto por suspeitas de participação nos crimes. Para ambos, Adolfo Antônio teria inventado doenças que justificassem o uso e plantio da droga.
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Os três foram presos na manhã de terça (11) durante a Operação Seeds, realizada pela 14ª DP (Leblon). Pérola seria responsável pela parte financeira da quadrilha, Patrick impetrava os pedidos de hebeas corpus — permissão para o cultivo da planta em casa, e Adolfo Antônio produzia os laudos. Também faz parte do esquema o biólogo André Vicente Souza de Freitas, quem conseguia as sementes e insumos para o cultivo.
Em Pérola, o médico, trabalhou em sete hospitais públicos e UPAs no Rio, teria identificado quadro clínico de “dor crônica agudizada, transtorno de ansiedade e depressão, insônia, dor crônica, transtorno de humor, transtorno da personalidade borderline e transtorno de estresse pós-traumático”. Já Patrick foi diagnosticado com “ansiedade, depressão e dores crônicas”.
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Pela Lei Antidrogas, é proibido plantar maconha em casa, mas se pode conseguir judicialmente autorização para produção e consumo de cannabis para fins terapêuticos. Nenhum dos casos investigados se relacionava a enfermidades que indicassem o uso.