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Fora de campo, sede do Morro da Viúva é novo destaque do Flamengo

Projeto para o imóvel abandonado é o novo investimento do clube fora dos gramados

Por Rafael Sento Sé
Atualizado em 8 set 2017, 13h54 - Publicado em 8 set 2017, 13h07

Com quase 150 unidades de 180 metros quadrados, distribuídas por 25 andares, o edifício Hilton Santos é uma mina de ouro para o mercado imobiliário. Ali, na Avenida Rui Barbosa, um apartamentão de quatro quartos, com vista estonteante para o Aterro e o Pão de Açúcar, pode custar até 8 milhões de ­reais. Pois a “mina”, após ter sido arrendada ao império X, do empresário Eike Batista — que queria construir um hotel de luxo no endereço —, acabou abandonada. Em 2015, sem-teto ocuparam alguns dos cômodos de pé-direito alto. As desventuras em série da sede do Morro da Viúva, como é conhecido o imóvel pertencente ao Clube de Regatas do Flamengo, parecem estar próximo do fim. Em concorrência, a construtora RJZ Cyrela desbancou seis pretendentes e apresentou uma proposta de modernização do local. O projeto prevê investimentos de 120 milhões de reais (parte da verba e 30% das unidades vão para o clube), mas ainda será submetido à avaliação de autoridades municipais e do conselho do Flamengo. A perspectiva de entrada de dinheiro em caixa sinaliza novo acerto da atual diretoria rubro-negra longe dos gramados. Em campo, a responsabilidade é de Diego, Vinicius Junior e seus companheiros de time. Fora dele, cartolas dão duro para equilibrar as contas, com bons resultados.

No primeiro semestre, um levantamento do Itaú BBA, braço corporativo e de investimentos do conglomerado Itaú Unibanco, passou em revista a saúde financeira de doze times brasileiros. Publicado o relatório, o Flamengo sobressaiu como o segundo colocado entre as agremiações de maior faturamento previsto para 2017 (379 milhões de reais) e levantou o troféu no balanço entre receitas e despesas, com saldo positivo de 146 milhões de reais projetado para este ano. “Estamos conscientes da boa situação, proporcionada por profissionais competentes. Como rubro-negro de coração, fico muito feliz”, conta Rogério Zylbersztajn, presidente da RJZ Cyrela e torcedor do clube. “Vamos fazer um projeto icônico em uma área onde empreendimentos imobiliários são raridade”, diz. Além de aprovarem a solução encaminhada para o elefante branco no Morro da Viúva, o presidente da agremiação, Eduardo Bandeira de Mello, o vice de patrimônio, Alexandre Wrobel, e outros dirigentes comemoram realizações efetivas que, por tabela, beneficiam a cidade (veja o quadro). O próximo desafio é a viabilização do antigo sonho do estádio próprio. “Estamos esperando que o governo estadual lance uma nova licitação para a administração do Maracanã, mas não podemos fazer isso indefinidamente. Avaliamos possibilidades para tomar uma decisão até o fim do ano”, explica Wrobel.

(Felipe Fittipaldi/Veja Rio)

Como se sabe, o glorioso Maracanã, depois de sediar partidas da Copa do Mundo e da Rio 2016, foi abandonado e degradado como a velha sede do Morro da Viúva. Em meio ao aflitivo jogo de empurra sobre responsabilidades nos cuidados com o cartão-­postal carioca, o Flamengo entrou em cena. Em fevereiro, para garantirem uma casa nos jogos da Taça Libertadores, os cofres rubro-­negros bancaram obras e o acerto de 1,35 milhão de reais em contas de luz atrasadas. Na ocasião, o craque Diego e seus colegas pisaram na bola, levando o time à eliminação no torneio continental, mas o estádio recuperou as condições de funcionamento graças à intervenção dos cartolas da Gávea. Em paralelo, o antigo campo da Portuguesa na Ilha do Governador foi remodelado e, batizado de Ilha do Urubu, vive lotado de torcedores nas partidas do Campeonato Brasileiro. Há outros projetos à vista, a exemplo da ampliação do campo de treinamento Ninho do Urubu, em Vargem Grande, e da construção da Arena Multiuso, com patrocínio da rede McDonald’s, cujo início está previsto para janeiro de 2018. Não dá para torcer contra: se tudo der certo, a crise vai levar um chocolate.

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