Por que Fernandinho Beira-Mar é alvo em operação contra roubo de carga
Cumprindo pena no presídio de Catanduvas, ele é acusado de ainda exercer 'soberania sobre os criminosos que lhes são subordinados'
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, é alvo de uma operação deflagrada nesta terça (10) contra uma quadrilha que atua em roubos de cargas na Baixada Fluminense, no Rio. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, onde o traficante está preso desde março deste ano – é a 5ª passagem dele pelo presídio de segurança máxima. A operação foi realizada por policiais civis da 60ª DP (Campos Elíseos) e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, com apoio da Polícia Militar. O prejuízo estimado é de cerca de R$ 4 milhões.
+ Nas redes sociais, Eduardo Paes anuncia novos secretários municipais
“O denunciado LUIZ FERNANDO DA COSTA, vulgo ‘FERNANDINHO BEIRA-MAR’, encontra-se preso há décadas, como uma verdadeira enciclopédia criminal, contendo 89 (oitenta e nove) anotações criminais no Portal de Segurança e ainda assim, exerce soberania sobre os criminosos que lhes são subordinados, mantendo seus redutos, através do império do medo, sendo a principal liderança nas Comunidades Parque das Missões e Jardim Ana Clara, em Duque de Caxias”, diz a denúncia do MP. A ação faz parte da 2ª fase da Operação Torniquete, que tem como objetivo reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos. Os delitos financiam as atividades das facções criminosas, disputas territoriais e garantem pagamentos a parentes dos integrantes da quadrilha, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 240 presos, além de veículos e cargas recuperados.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Ao todo, são 28 alvos de busca e apreensão — 11 deles estão presos. Os mandados são cumpridos em seis presídios, sendo cinco no Rio e um na unidade federal no Paraná. Eles são integrantes do Comando Vermelho, e também foram denunciados pelo crime de associação para o tráfico de drogas. Os membros da organização criminosa são responsáveis por dezenas de roubos de carga em vias expressas como a Avenida Brasil, a Rodovia Washington Luis e a Rio-Magé. A partir da apuração foi possível delimitar toda a estrutura hierárquica da quadrilha, que utiliza armamento e aparelho bloqueador de sinais fornecidos pela facção. Em troca, 50% da renda obtida com os roubos eram repassados à organização criminosa.