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Como funcionava esquema milionário de golpe em pessoas em situação de rua

Seguro de vida feito em nome de Luciene da Silva Gomes foi contratado 20 dias antes de sua morte; preso, Hitler da Silva Ângelo é mentor intelectual do crime

Por Da Redação
Atualizado em 11 out 2024, 15h42 - Publicado em 11 out 2024, 15h42
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    Luciene da Silva Gomes: moradora de rua foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro deste ano em Santa Cruz, na Zona Oeste, com sinais de facadas e com documento fixado no corpo, o que chamou a atenção da polícia.  (./Reprodução)

    Preso nesta quarta (9), Hitler da Silva Ângelo confessou participação em um esquema para usar uma moradora de rua morta para resgatar um seguro de vida feito em nome dela vinte dias antes do crime, no valor de R$ 4 milhões. Após sete meses de investigação, a polícia concluiu que Luciene foi vítima duas vezes: não só de um assassinato, mas também de estelionato. Hitler, que foi preso em casa, no Cachambi, é acusado de mentor dos crimes. Ele usaria pessoas em situação de rua para aplicar golpes milionários.

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    “Essa vida foi descartada com objetivo de angariar esses valores de R$ 4 milhões”, disse a delegada Luciana Fonseca, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), ao portal G1.

    Luciene da Silva Gomes foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro deste ano em Santa Cruz, na Zona Oeste, com sinais de facadas. No local do crime, chamou a atenção da polícia o fato da vítima estar com um documento fixado no corpo, para ser imediatamente identificada. Ao longo da investigação, os policiais também ficam intrigados com outras questões. Vários advogados, por exemplo, procuraram a delegacia para ter acesso a laudos e registro de ocorrência. A polícia suspeitou de fraude financeira e pediu informações aos bancos. Um deles confirmou que havia dois seguros de vida em nome de Luciene, somando R$ 4 milhões. Eles tinham sido contratados cerca de 20 dias antes da morte dela.

    Segundo o banco, para tentar receber logo o seguro, a pessoa que falava em nome da família de Luciene abriu mão do auxílio funeral e pediu dispensa dos documentos, como registro de ocorrência e laudo de exame de corpo de delito da vítima, com o argumento de que teriam tentado obter junto à delegacia e que os documentos demorariam cerca de 180 dias para serem liberados. As investigações apontaram que os beneficiários do seguro milionário eram duas pessoas que a família de Luciene sequer conhecia. Segundo as investigações, eles também eram “laranjas” vítimas de Hitler, que já tinha sido preso no ano passado por chefiar uma organização criminosa responsável por vários estelionatos mediante falsificação de empréstimos. Ele solto um mês depois.

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    A contratação do seguro foi feita online, mas o pagamento da primeira cota foi presencial, na boca do caixa. Imagens de câmeras de segurança da agência do banco no Shopping Nova América, na Zona Norte, mostram Hitler movimentando as contas em fevereiro deste ano. Ele aparece nas imagens em dois dias usando camisetas do Fluminense. Uma tatuagem no braço esquerdo ajudou a polícia a identificar o suspeito. Para completar, segundo as investigações, Hitler cometeu um deslize no contrato do seguro: forneceu o próprio e-mail. Segundo a polícia, Hitler reconheceu que abriu a conta e negou a execução da mulher. Para a delegada, no entanto, já está estabelecido que ele é o autor intelectual do crime. Hitler vai responder por homicídio qualificado, com pena de até 30 anos, além de tentativa de estelionato.

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