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Sem pagar pela língua

Iniciativa inédita leva ensino bilíngue a escolas públicas. A disputa por uma vaga ali é acirrada

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 dez 2016, 13h53 - Publicado em 22 jan 2014, 18h11
Fernando Lemos
Fernando Lemos (Redação Veja rio/)
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No dia 3 de fevereiro, quando começa o calendário letivo fluminense, o Rio ganhará as três primeiras escolas públicas bilíngues do país. São elas: o Colégio Estadual Hispano-Brasileiro João Cabral de Melo Neto, no Méier, que se dedicará ao espanhol, e os Cieps Carlos Drummond de Andrade, em Nova Iguaçu, voltado para o ensino de inglês, e Governador Leonel de Moura Brizola, em Niterói, onde os alunos terão disciplinas ministradas em francês. Nesta etapa inicial, o projeto contempla apenas alunos da 1ª série do ensino médio, que seguirão dentro desse método de aprendizado até a fase do vestibular. Nas três unidades, as aulas serão das 7 da manhã às 5 da tarde, com o mínimo de dezesseis horas semanais de prática no idioma estrangeiro. “A ideia é transformar esses núcleos em um modelo para os demais”, diz o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia.

Fruto de uma parceria com o governo da França, o sistema aplicado na instituição niteroiense se inspirou em escolas daquele país que ficam em áreas de periferia, com alto índice de evasão escolar. Responsável pelo programa de prevenção contra esse problema na Académie de Créteil, nos arredores de Paris, a professora francesa Sonia Tizimar coordenou a elaboração do material didático e a capacitação do grupo de trabalho no Rio. “Para facilitar a assimilação do idioma, estamos propondo uma maneira inovadora de ensinar, que inclui jogos e atividades teatrais”, diz ela, radicada na nossa cidade desde o início do ano passado.

Espécie de piloto da iniciativa, o Ciep Leonel de Moura Brizola recrutou quinze professores, que darão aulas de biologia, francês, português, física, matemática, química, educação física, espanhol, história, sociologia, geografia e ensino religioso. Ao todo são 96 estudantes, que passaram por um rigoroso processo de admissão, na proporção de seis candidatos por vaga. Essa acirrada disputa tem relação direta com os estratosféricos valores cobrados pelas escolas bilíngues particulares, cujas mensalidades podem ultrapassar a faixa de 4?000 reais. “Minha ideia é fazer um intercâmbio no fim do curso”, planeja a estudante Gabriela Sant?Anna Kalife, 14 anos, aprovada em primeiro lugar na unidade de Niterói. Agora, as escolas estão diante do desafio de tornar efetivo o método. “Projetos de melhoria do ensino público são sempre bem-vindos”, afirma a mestre em educação Tania Zagury, autora do livro O Professor Refém, por que Fracassa o Ensino no Brasil. “Mas é fundamental que haja uma avaliação constante dos resultados com professores e alunos.”

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