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Erica Abreu comanda uma cooperativa que troca lixo por alimentos

A administradora de empresas começou como catadora e hoje comanda a cooperativa de reciclagem com ações para a comunidade do Caju

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 11h29 - Publicado em 20 fev 2016, 00h00

Quem vê a administradora de empresas Erica Abreu, de 31 anos, à frente de uma bem­sucedida cooperativa de reciclagem não imagina quanto ela batalhou para chegar ao lugar onde está. Nascida e criada na Vila do João, na Maré, tornou-se mãe solteira aos 15 anos e, diante da necessidade de sustentar a família, começou a trabalhar aos 22 como catadora de lixo. Hoje, garante o ganha-pão de 132 trabalhadores e caminha para sua segunda graduação, agora em contabilidade. “Na época, ficava feliz em conseguir fazer algo de bom para mim e para o meio ambiente. Adorava quando encontrava algo em bom estado, como uma boneca, que pudesse dar às minhas filhas”, lembra. Junto a outros catadores, Erica fundou, em 2007, a cooperativa Transformando, da qual é presidente desde 2010. O grupo utiliza como sede um galpão da Comlurb, no Caju, e chega a reciclar 350 toneladas de resíduos por mês. Trabalhando de segunda a sexta, das 7 às 16 horas, os cooperados obtêm mais de 1 500 reais de salário, ganham vale­transporte, cesta básica e têm direito a férias. “Conseguimos ter uma vida digna aqui”, diz ela.

“Além de contribuirmos com o ambiente, conseguimos dar às pessoas uma vida digna”

O sucesso do empreendimento comunitário fez com que Erica pensasse em outras formas de ajudar a população local, e, desde outubro do ano passado, a cooperativa promove, em parceria com o Movimento Lixo Zero, a ação Troque Seu Lixo por Alimentos. Através dela, os cerca de 5 000 moradores da comunidade do Parque da Conquista, no Caju, podem trocar os resíduos que descartam por produtos alimentícios. Cada um deles ganha um cartão em que é marcada a quantidade de material reciclável doado à cooperativa. A cada 8 quilos arrecadados, 1 quilo de alimento é fornecido. Juntando 152 quilos de resíduos, é possível retirar uma cesta básica completa. A resposta obtida com a iniciativa surpreendeu. “Eu esperava atingir apenas os moradores do entorno da cooperativa, mas gente de outros locais e até outros catadores vêm fazer a troca”, conta Erica, que sonha em expandir a ação por outras favelas do Rio.

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