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Engajamento de livros infantis contra o regime militar é tema de filme

Formandos do curso de cinema da PUC produzem documentário sobre a relação entre a literatura infantil e a ditadura

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 2 jun 2017, 12h49 - Publicado em 26 dez 2014, 21h20

    

A censura às artes vigente durante os anos de regime militar, entre as décadas de 60 e 80 do século passado, dava lá suas escorregadas. No que diz respeito às letras de música, por exemplo, seus agentes podiam implicar com uma balada romântica ingênua, vetando-a para sempre, e ao mesmo tempo liberar sem cortes um samba com flagrantes mensagens subliminares. Pois, agora, dois formandos do curso de cinema da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) descobriram que outro filão artístico muito se valeu da chamada “linguagem da fresta” na tentativa de driblar os censores e denunciar os problemas políticos da época: a literatura infantil. Max Gleiser, 23 anos, e Monique Rangel, 27, que nem eram nascidos quando os militares deixaram o poder, em 1985, preparam Era uma Vez nos Tempos da Ditadura, documentário em que se propõem a entrevistar autores como Ziraldo, Ruth Rocha e outros especialistas na linguagem infantojuvenil para saber em que livros havia recados, mais ou menos velados, aos presidentes-generais. Gravaram entrevista, por exemplo, com a escritora carioca Ana Maria Machado, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela falou de Bento que Bento É o Frade, lançado em 1977, protagonizado por uma menina que se recusava a obedecer a ordens — tema um tanto arriscado naquele contexto ditatorial. Enquanto captam recursos para a produção, Max e Monique vão marcando as próximas conversas. Já agendaram um papo com Ziraldo, e ele, misterioso, ficou de revelar segredos sobre uma de suas obras mais conhecidas, Flicts, de 1969. Há quem diga que aquela cor meio cinzenta, que dá nome ao livro, seria uma metáfora do momento de sombras então vivido pelo país.

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