Empresária cria projeto para a “socialização da leitura”
Batizado de Fábrica de Leitores, iniciativa da empresária Lissandra Lopes visa despertar a população para o gosto pela atividade
Desde os 15 anos, Lissandra Lopes de Oliveira trabalha ao lado do pai, Juarez Lopes, fundador e proprietário do Instituto de Otimização da Mente, empreendimento especializado em leitura dinâmica e técnicas de memorização. Como os cursos da entidade são caros, ela sempre lamentou o fato de o acesso às aulas ser restrito aos que têm poder aquisitivo mais elevado. “Era muito frustrante, porque eu via a leitura transformar as pessoas, e queria atingir um grupo bem maior. Só que meu pai não deixava”, revela a empresária, de 43 anos. Ela, então, resolveu arregaçar as mangas e trabalhar sozinha pelo que chama de “socialização da leitura”. Há cinco anos, criou o Fábrica de Leitores, projeto que tem o objetivo de despertar na população o gosto pela atividade. “Comecei ministrando palestras gratuitas em escolas públicas. Tive de parar um tempo, por questões de burocracia, mas, no ano passado, retomei a rotina”, conta.
Além de visitar colégios e faculdades, Lissandra promove encontros abertos ao público, uma vez por mês, na Livraria Leitura do Shopping Metropolitano Barra. “Quero mostrar como o hábito de ler pode empoderar as pessoas”, sonha. A cada evento, ela indica a postura ideal para a prática da leitura, leva professores para discutir determinada obra e aplica um teste rápido para descobrir o nível de compreensão dos presentes. “De acordo com o Instituto Pró-Livro, 90 milhões de brasileiros não costumam ler. Poucos sabem, mas isso ocorre, muitas vezes, por fatores bem simples, como sono intenso e dislexia”, explica Lissandra, que criou a Cartilha do Bom Leitor. Enviada por e-mail aos participantes, a publicação, de trinta páginas, reúne dicas para superar as dificuldades. “Exercícios oculares, uso das mãos para guiar os olhos e o cuidado de nunca ler deitado podem ajudar bastante”, garante.