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Aluguel por temporada para os Jogos tem preços e ofertas recorde

Cotação oferecidas por meio de empresas especializadas durante os Jogos pode chegar a oito vezes o valor médio cobrado pelo mesmo endereço em outras condições

Por Carla Knoplech
Atualizado em 2 jun 2017, 12h22 - Publicado em 7 nov 2015, 00h00
Selmy-Yassuda
Selmy-Yassuda (Selmy Yassuda/ Veja Rio/)
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De olho na legião que vem ao Rio participar da Olimpíada, muitos cariocas escolheram justamente o curto período que vai de 5 a 21 de agosto de 2016 para sair de férias, viajar a negócios, fazer uma visita prolongada àquele parente querido — enfim, deram um jeito de liberar seu lar e faturar um dinheirinho extra com o aluguel por temporada. Ou um dinheirão. A cotação de apartamentos e casas oferecidos por meio de empresas especializadas durante os Jogos pode chegar a oito vezes o valor médio cobrado pelo mesmo endereço em outras condições (veja o quadro na pág. ao lado). Cidade da América Latina campeã de anúncios no Airbnb, o principal site de aluguel de vagas do planeta, e a sexta no ranking mundial, o Rio conta com mais de 20 000 espaços apregoados nessa plataforma, número superior ao de Buenos Aires (8 000 anúncios) e de São Paulo (7 000). “Já foram realizadas 7 500 reservas de hóspedes brasileiros e estrangeiros, provenientes de 54 países”, diz Leonardo Tristão, diretor-geral da empresa no Brasil. A procura recaiu sobre 36 bairros cariocas, uma lista que vai daqueles normalmente mais procurados por turistas, como Ipanema e Copacabana, a endereços no Méier e em Del Castilho.

Próximas dos principais locais de competição, regiões como Barra e Recreio, antes menos requisitadas, são hoje alvos preferenciais desse tipo bem específico de turista. Um apartamento de 50 metros quadrados na Avenida Lúcio Costa, por exemplo, costuma ser alugado a 5 000 reais por mês, mas o valor salta para 20 000 se a época pretendida coincidir com a da Rio 2016. A perspectiva de fechar contrato com preço nas alturas do Olimpo entusiasmou Sônia Faria. No segundo semestre do ano que vem, a empresária e o marido vão deixar por um tempinho seu apartamento de quarto e sala, na área residencial no complexo do Sheraton, na Barra, aos cuidados de um grupo de seis desconhecidos. A proposta, por um mês, foi de 27 000 reais. “Eu me preocupo um pouco com as minhas coisas, mas sei que, se houver qualquer tipo de dano, a empresa que nos contratou cobrirá. Então aproveitei para relaxar e viajar”, explica a dona do imóvel, equipado com duas TVs, variados eletrodomésticos e banheira de hidromassagem.

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Irmãs gêmeas, Roberta e Adriana Balbino, 25 anos, estão à espera dos locatários. Um apartamento de propriedade das duas no Recreio foi cadastrado em sites especializados. “Em época de crise, ter uma fonte de renda extra como essa não tem preço”, diz a publicitária Roberta. A diária do imóvel delas para o grande evento do ano que vem está anunciada por 1 200 reais — hoje, o valor não passaria de 350 reais. “O interesse pela Olimpíada superou a procura durante o Carnaval e o réveillon”, conta Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato de Habitação do Rio (Secovi-RJ). A euforia é grande, mas, naturalmente, não contagia a concorrência. “Quando se aluga um imóvel em uma administradora convencional, há alguém que se responsabiliza por aquilo e paga imposto; no caso dos sites, não há um controle efetivo”, observa Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (Abih-RJ). Vale tomar cuidados básicos, como em qualquer transação do gênero, mas uma coisa é certa: nesta corrida do ouro, o Eldorado é aqui. Pelo menos até agosto de 2016.

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