Como a disputa entre facções criminosas está afastando cariocas das praias

Rivalidade entre Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro chega às areias de Copacabana e Leme

Por Da Redação
19 fev 2024, 13h34

O tempo fechou nas praias do Leme e de Copacabana no fim de janeiro, quando brigas e espancamentos que estariam relacionados à rivalidade entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP) foram registrados nas redes sociais. A segmentação da praia, segundo pessoas que trabalham ou frequentam a área em conflito, seria resultado de um acordo tácito estabelecido entre traficantes rivais. Segundo um ambulante ouvido pelo jornal O Globo, o estopim para o confronto foi o momento em que cinco vendedores de milho cozido, que tinham cabelos pintados de vermelho (fato interpretado como uma menção ao CV), entraram no Leme, região onde há comunidades dominadas pelo TCP.

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Em retaliação, colegas dos vendedores entraram no Leme munidos de pedaços de madeira nas mãos. Em um dos vídeos que circulam na internet, dois homens aparecem caídos na beira do mar e são socorridos por salva-vidas que trabalham no local. Segundo barraqueiros da região, episódios similares aconteceram nos dias 30 e 31 de janeiro, assim como no dia 1º de fevereiro. A confusão, de acordo com ambulantes, reduziu consideravelmente a frequência de banhistas nas áreas atingidas.

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Os casos não chegaram à Polícia Civil, que não tem registros de ocorrência relacionados a esses episódios. Segundo o Corpo de Bombeiros, todas as vítimas acolhidas pelos salva-vidas no primeiro dia de confusão se negaram a receber atendimento médico. Ambulâncias do Samu foram solicitadas, mas, em seguida, dispensadas. Em nota ao jornal, a Polícia Militar afirmou que o material divulgado nas redes sociais sobre o ocorrido “deve tornar-se objeto de procedimento investigativo”. A corporação disse também que as praias do Leme e de Copacabana fazem parte do roteiro da Operação Verão, que ocorre em todo o estado, “intensificando o policiamento empenhando equipes policiais de unidades operacionais”.