“Ninguém me deu ouviu”, diz mãe de Edson Davi 6 meses após sumiço em praia
Polícia tem afogamento como única linha de investigação possível, mas família contratou investigador que descarta hipótese após ouvir 17 pessoas
Seis meses depois do desaparecimento de Edson Davi Silva Almeida, então com 6 anos, a família, a polícia e os bombeiros seguem sem respostas. O menino sumiu na Praia da Barra no dia 4 de janeiro. Para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros, a única linha de investigação restante é que criança se afogou depois de passar o dia circulando na área próxima à barraca onde trabalhava o pai, Edson. Já a família contratou uma investigação particular, pois não acredita nesta tese. Após todo este tempo de buscas, os bombeiros não encontraram o corpo do menino.
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“Hoje eu não quero falar como eu sobrevivi o luto de um filho vivo, porque é nisso que eu acredito. Que o meu filho está vivo!“, disse ao G1 Marize Araújo, que reclama que a polícia não lhe deu ouvidos. Não me conformo com essa investigação sem solução, não me conformo com o descaso com a vida de uma criança de apenas 7 anos de idade”, acrescentou.
A polícia se baseia na análise de imagens de câmeras de segurança distribuídas ao longo de em um perímetro de 2km do local do desaparecimento, o Posto Quatro: nenhuma indica que o menino saiu da praia. Também foram feitos sobreevoo e o uso de uma câmera termográfica. Segundo os investigadores, outras hipóteses foram descartadas porque não foram encontrados indícios de que elas se comprovariam. A investigação policial segue na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).
“Nunca houve suspeita de sequestro, pois tecnicamente, pela análise das imagens, ele não saiu da praia. As testemunhas, por sua vez, o colocam indo em direção ao mar, pedindo prancha para ir para a água. A visibilidade dos banhistas à água estava restrita”, explicou a delegada Elen Souto, responsável pelas investigações da DDPA, ao G1. Depoimentos colhidos pelos agentes indicam que o próprio pai da criança e um funcionário da barraca viram o menino na água ou na beira do mar na tarde em que ele desapareceu.
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Mas um relatório foi preparado pelo investigador particular, e o advogado que representa a família, João Tancredo, quer anexar o documento no inquérito policial. Ao portal G1, o investigador Raul Ábacus contou ter ouvido 17 pessoas para produzir o documento. A investigação, segundo ele, descartou a hipótese de afogamento, já que todas as testemunhas teriam falado que não viram o menino perto do mar. A família diz que o garoto tinha medo de entrar no mar. A polícia, entretanto, obteve um vídeo onde, segundo investigadores, o menino aparece perto da água no dia do desaparecimento.
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