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Depois do Rock In Rio, Medina já sonha com nova empreitada

Empresários e representantes dos governos federal, estadual e municipal lançam calendário para reativar a economia da metrópole

Por Alessandra Medina
2 out 2017, 17h54
 (Francisco Costa/Divulgação)
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O empresário Roberto Medina ainda estava entretido com os detalhes da organização do Rock in Rio Las Vegas, ocorrido em maio de 2015, quando começou a acalentar um projeto para lá de exuberante. Imaginou erguer uma cidade habitada por criaturas originárias de um planeta chamado Zytrons que vieram à Terra para ajudar os homens a resgatar seus sentimentos mais nobres em um lugar que lembra o cenário do filme Avatar, de James Cameron. Finalizada a última edição carioca do seu festival, ele já enxerga o Parque Olímpico da Barra como sede dessa nova empreitada, que reunirá atrações voltadas para crianças e pré-adolescentes acompanhados dos pais. A data marcada para a abertura é outubro de 2018. “Inventei esse troço pensando nos alienígenas como uma gente que viu a humanidade ser única no universo, que tinha amor e está perdendo esse sentimento”, explica. “Os extraterrestres vêm montar um pedaço do mundo deles aqui para nos ajudar a resgatar o que temos de melhor.”

Para produzir sua nova criação, o empresário não poupou esforços. Os ETs ganharam forma em um estúdio de Los Angeles, e o filme de apresentação do projeto é uma viagem. Por enquanto, Medina guarda segredo dos detalhes da iniciativa e não quer que nenhuma imagem seja veiculada para não estragar a surpresa — ou diminuir o impacto sobre futuros patrocinadores. O projeto, porém, já é uma das estrelas do calendário Rio de Janeiro a Janeiro, divulgado no domingo (24). Em uma cerimônia que contou com a presença de seis ministros do governo Temer, o lançamento juntou ainda no palco da Arena 1 do Parque Olímpico o prefeito Marcelo Crivella e o governador Luiz Fernando Pezão, além do próprio Medina e do empresário Ricardo Amaral, os articuladores da proposta.

O calendário reúne cerca de 100 projetos de diferentes áreas. Ao todo, o governo federal deve destinar aproximadamente 150 milhões de reais aos eventos, por meio de parcerias com empresas estatais, e outros 50 milhões de reais a uma campanha de promoção do Rio no Brasil e no exterior. Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) que serve de base ao projeto estima que as iniciativas podem render à cidade 6 bilhões de reais a mais com o turismo, que se somarão aos 16 bilhões obtidos atualmente, e gerar por volta de 100 000 pos­tos de trabalho em 2018.

Obviamente, uma proposta de tal dimensão não se sustenta em uma cidade minada por conflitos e pela violência urbana, em que boa parte da população vive acuada pela criminalidade em bairros dominados por facções. Durante o lançamento do programa, o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, garantiu que as Forças Armadas não têm prazo para deixar o Rio. Ainda assim, Medina foi duro em seu discurso: “Fico feliz por estarmos reunidos nesse projeto, e estou aqui para agradecer. Mas o Rio não pode ficar como está, e eu vou cobrar isso”, disse, olhando fixamente para o governador Pezão. O primeiro passo está dado.

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