Descendente de japoneses, Luciano Nakata Albuquerque ganhou o apelido de Curumin ainda menino. O músico paulista iniciou a carreira-solo em 2003, com o disco Achados e Perdidos, e em pouco tempo se tornou queridinho na cena independente de sua cidade. No currículo, coleciona, além de três discos-solo, trabalhos como baterista com Arnaldo Antunes, Céu, Vanessa da Matta e, mais recentemente, Criolo. No sábado (26), no Studio RJ, o multi-instrumentista apresenta seu último CD, Arrocha, lançado no começo do mês.
Qual é a melhor definição para o seu som?
A definição da minha música é um drama. Toda hora estou tentando escapar dos rótulos, fazer coisas diferentes. Hoje em dia digo que faço um som com balanço, música para o corpo, não só para os ouvidos, para ser sentida dos pés à cabeça. Minha música tem a linguagem do pop, mas com certeza causa certo estranhamento quando escutada pela primeira vez.
No Arrocha, os sons são mais pesados, com mais partes feitas em computador, têm mais pegada e as letras foram mais pensadas, mais elaboradas.
O trabalho de um multi-instrumentista não é muito solitário?
No estúdio eu comecei preparando os beats sozinho. Fiz toda a base, a ideia central do disco. Depois trabalhei com dois amigos, José Nigro e Lucas Martins, na programação e fomos lapidando, vendo o que seria legal entrar, compilando as novas ideias que chegavam. No show, eu toco bateria e canto. É na bateria que me sinto mais em casa, embora já tenha me arriscado na guitarra e no cavaco.
Em 2008, a atriz Natalie Portman escolheu uma música sua para integrar uma coletânea beneficente. Você já tem uma carreira internacional?
Ela foi convidada para fazer uma playlist para uma organização de combate ao câncer de mama e vendê-la no iTunes. Surpreendentemente, elegeu uma música minha, Tudo Bem, Malandro. Já fiz algumas turnês fora, especialmente nos Estados Unidos. Meu disco Japan Pop Show foi lançado por lá e eu gravei com alguns nomes da música americana, como Blackalicious (duo americano de hip-hop) e o pianista Herbie Hancock.