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Crivella demite secretário de educação e dá fim à guerra interna

O demitido e Paulo Messina, da Casa Civil, brigavam por influência sobre professores

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 jul 2018, 13h30 - Publicado em 11 jul 2018, 13h25
Cesar Benjamin - BNDES - educação
(Domingos Peixoto/Agência O Globo)

Marcelo Crivella exonerou nesta quarta (11) o secretário de educação Cesar Benjamin. Anunciada no Diário Oficial, a medida marca o fim de uma disputa interna por influência entre o demitido e Paulo Messina, chefe da Casa Civil, que mobilizou os bastidores da prefeitura nos últimos 2 meses.

A penetração no eleitorado formado por professores e outros profissionais da rede de escolas do município era uma ambição comum dos dois secretários. Isso gerou uma tensão entre ambos, que começou a chamar a atenção em maio, quando o jornal O Dia publicou que a pasta da educação vinha realizando licitações emergenciais sem necessidade. Na ocasião, Benjamin se defendeu e acusou Messina de impedir que os certames fossem realizados. O mal-estar gerou o primeiro pedido de demissão do atual demitido, feito (e logo depois desfeito) por ele mesmo no dia 18 daquele mês. Mas o estrago já estava feito. Em uma audiência na Câmara Municipal naquela sexta, Benjamin chamou o colega da Casa Civil de “Napoleão de Hospício”. A situação revelou que os ânimos estavam exaltados e escancarou a briga pela preferência de Crivella. Faltava apenas saber quem seria o escolhido.

Na última quarta (4), foi a vez de Messina pedir demissão. Conhecido na Câmara Municipal como “primeiro-ministro” da atual gestão, ele fez críticas abertas a Benjamin em texto publicado pela imprensa. “Em vez de se preocupar em produzir frutos para a Cidade, comporta-se como que preocupado em produzir frutos para si. Isso não é governar; apenas divide a equipe e provoca o caos”, escreveu. Ontem, foi a vez dele voltar atrás e decidir ficar. “Neste momento em que se questionam as diretrizes que regem o governo, e frente a movimentos que buscam desestabilizar a prefeitura, minha iminente saída se tornou inoportuna, podendo até ser contextualizada agora, de forma maliciosa”, acrescentou, para justificar sua mudança de planos. Como se sabe, a oferta por Crivella de benefícios a grupos religiosos durante uma reunião na última quarta (4) vazou por meio de jornais e deu início a um movimento por parte dos vereadores que pode resultar em seu impeachment.

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Benjamin fazia parte do secretariado desde o começo da atual gestão. Em sua carta de despedida, ele classificou sua demissão como “traição” e não hesitou em dar nome aos bois. “Toda a articulação para a minha saída foi feita pelas minhas costas. Não recebi sequer um telefonema. O prefeito agradeceu desta maneira a minha dedicação à causa da educação”, reclamou ele no Facebook. “Talma Suane, minha chefe de gabinete, participou dessas articulações sem me avisar”, complementou. Talma irá substituir no cargo o ex-chefe, que a acusa de ter conspirado para sua queda. “Há algum tempo, depois da primeira crise, o próprio prefeito me disse que ela havia pedido o meu cargo, mas eu não acreditei. Quem age de boa-fé tende a acreditar na boa-fé dos demais”, relatou o ex-secretário, que desejou que “tudo se ajeite da melhor maneira possível, numa Prefeitura tão fragilizada e confusa”.

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